Brasil

Envolvido em furto do BC é preso por tráfico de drogas

"Pedro Bó" é acusado de ser peça chave em um esquema de tráfico internacional de drogas que movimentava uma tonelada de pasta base de cocaína por mês

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2014 às 17h16.

Franca - Policiais federais prenderam nesta segunda-feira, 24, em Santana de Parnaíba (SP), José Almeida Santana, mais conhecido como "Pedro Bó".

Ele é acusado de ser peça chave em um esquema de tráfico internacional de drogas que movimentava uma tonelada de pasta base de cocaína por mês, o equivalente a cerca de R$ 14 milhões.

A quadrilha agia em quatro Estados e foi desarticulada nesta terça-feira, 25.

O suspeito ficou conhecido pelo envolvimento no furto de mais de R$ 160 milhões do Banco Central de Fortaleza (CE) em 2005, o maior na história do País.

Ele foi preso pouco tempo depois, mas agora vivia em liberdade provisória e, para a Polícia Federal, abastecia de drogas locais como a favela de Paraisópolis, a segunda maior de São Paulo com cerca de 90 mil habitantes.

Para chegar a esta conclusão, policiais investigaram a quadrilha por um ano e meio. As investigações resultaram em um primeiro momento na apreensão de 721 quilos de cocaína, um caminhão, R$ 400 mil e US$ 400 mil.

Nesta terça-feira, um dia após prender "Pedro Bó", mais de cem policiais saíram às ruas para cumprir 16 mandados de prisão e 15 mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás.

O delegado da Polícia Federal de Uberaba (MG), André Gebrim Vieira da Silva, disse à reportagem que dos procurados por envolvimento no esquema, somente duas pessoas continuam foragidas.

Segundo ele, o montante total da operação ainda é calculado, mas com "Pedró Bó" foram localizados alguns veículos de luxo, incluindo duas Land Rover, caminhonetes que custam mais de R$ 200 mil cada.

"Ele levava uma vida de luxo", afirmou o delegado. Para a polícia, Pedro era o maior adquirente da cocaína que vinha da Bolívia para o Brasil.

De acordo com Gebrim, as investigações continuam e o patrimônio total dos suspeitos - incluindo os bens apreendidos - ainda é avaliado.

Ele falou que entre os presos na Operação Krull, como foi denominada, está a mulher do homem apontado como o responsável por trazer a droga que era distribuída no Brasil.

Líder

O acusado, cuja esposa foi para a cadeia na tarde desta terça-feira, vivia no Triângulo Mineiro como um grande pecuarista até também ser preso em abril deste ano.

Durante muito tempo, ele foi a principal fonte de fornecimento de drogas a uma facção criminosa que age nos presídios, mas hoje seu principal comprador seria justamente Pedro, o envolvido no furto do Banco Central.

O delegado André Gebrim diz que foram coletadas muitas provas que mostram que a quadrilha usava, entre outros meios, três aviões próprios para trazer droga da Bolívia para o Brasil.

Os núcleos de operação dos traficantes estariam localizados em Juiz de Fora (MG), São Paulo (SP), São Simão (GO), Campo Grande (MS) e Santana de Parnaíba (SP).

Em Juiz de Fora (MG) foram presas seis pessoas, incluindo um empresário e sua filha que seriam os responsáveis por cuidar dos negócios do líder da quadrilha.

Os aviões desembarcavam a droga em pistas no Triângulo Mineiro e em Goiás, porém, em outras vezes, a mercadoria vinha de caminhão por via terrestre.

Todos os presos responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas e organização criminosa, podendo pegar até 23 anos de reclusão.

Acompanhe tudo sobre:CrimePolícia FederalPrisõesTráfico de drogas

Mais de Brasil

Rio usa drone para monitorar Réveillon, identificar foragidos e flagrar crimes na cidade

Queda no desemprego em 2024 é consistente, diz coordenadora do IBGE

Processo de extradição de Oswaldo Eustáquio avança na Espanha

Rodovias concedidas em São Paulo devem receber 3,8 milhões de veículos