Moradores de áreas isoladas de Teresópolis deixam suas casas (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2011 às 17h17.
Rio de Janeiro - Diante dos galpões lotados de sacolas com itens de vestuário nas cidades serranas afetadas pelas chuvas, a Cruz Vermelha e a Secretaria Estadual de Assistência Social do estado pedem "moderação" na doação de roupas e sapatos para os cerca de 13 mil desabrigados e desalojados em três cidades.
Somente a Cruz Vermelha contou 130 mil toneladas de roupas, um pouco menos que as 180 toneladas de alimentos doados e informou que os galpões estão lotados. A prioridade agora é receber itens de limpeza como água sanitária, cloro, além de alimentos, produtos para bebês e material de higiene pessoal (escova de dentes, absorventes femininos e sabonetes, por exemplo).
"Acredito que o temos de roupas e sapatos é suficiente. Talvez, mais para a frente, voltemos a pedir isso, mas a alimentação é constante, é diária, precisamos mais", disse o presidente da Cruz Vermelha Brasileira, Luiz Alberto Sampaio. Ele quer aproveitar a mobilização da sociedade para recolher itens que abastecerão os desabrigados por pelo menos seis meses.
"Esse não é um trabalho que terminará agora, precisaremos de mantimentos para essa população por pelo menos os próximos seis, oito meses".
O secretário estadual de Assistência Social, Rodrigo Neves, disse que as cidades já receberam roupas suficientes e reforçou o pedido para doação de água, colchonetes e produtos de limpeza.
No bairro de Santa Mônica, um das regiões mais afetadas pelas chuvas em Itaipava, distrito de Petrópolis, uma igreja que recebe doações para distribuir aos moradores afixou na porta os itens que estão em falta e pediu para que roupas não sejam mais enviadas por falta de espaço.
"Estamos levando café da manhã, almoço e jantar em lugares onde não chega nem carro. Precisamos de alimentos, itens da cesta básica. Também está faltando materiais de limpeza, como rodos, vassouras, panos de prato, cloro e detergente. O pessoal vem buscar e as vezes não têm ", disse a coordenadora do galpão da igreja, Maria Olívia Bortoloto.
Evitando criticar qualquer doação, o presidente da Cruz Vermelha Brasileira disse que ao praticar um ato solidário, as pessoas deveriam "fazer para aos outros o que gostariam que fizessem por elas" e descartassem peças de roupas sujas e estragadas. Pediu também que empresários cedam galpões para armazenar as doações nas cidades serranas.