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Entidades no Rio promovem ato em apoio a religiões africanas

Organizações farão ato em solidariedade às religiões africanas, para questionar afirmação de juiz de que práticas da umbanda e do candomblé não eram religiosas

Candomblé: juiz reconheceu que manifestações afro-brasileiras são religiosas (Arquivo/ABr)

Candomblé: juiz reconheceu que manifestações afro-brasileiras são religiosas (Arquivo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2014 às 12h56.

Rio de Janeiro - A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa e a Associação Nacional de Mídia Afro farão hoje (21) às 17h um ato em Solidariedade às religiões de matriz africana, na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), centro da capital fluminense.

O ato questionará as declarações do juiz federal titular da 17ª Vara Federal no Rio de Janeiro Eugênio Rosa de Araujo.

O magistrado chegou a declarar na semana passada que as práticas da umbanda e do candomblé não eram religiosas, mas se retratou ontem (20).

Ele reviu a sentença em que indeferiu liminar do Ministério Público Federal (MPF) que pedia a retirada de vídeos do Google, postados pela Igreja Universal contra cultos afro-brasileiros.

O juiz reconheceu que manifestações afro-brasileiras são religiosas, mas manteve a decisão de não retirar os vídeos da internet, fundamentando-se na liberdade de expressão e de reunião.

Ele afirmou que, embora sejam de “mau gosto”, os vídeos refletem o exercício regular da liberdade.

“O forte apoio dado pela mídia e pela sociedade civil demonstra, por si só, e de forma inquestionável, a crença no culto de tais religiões, daí porque faço a devida adequação argumentativa para registrar a percepção deste Juízo de se tratarem os cultos afro-brasileiros de religiões, eis que suas liturgias, deidade e texto base são elementos que podem se cristalizar, de forma nem sempre homogênea”, declarou o magistrado.

O MPF recorreu ao Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região contra a decisão de primeiro grau, mas o tribunal ainda não se pronunciou.

O mérito da ação ainda vai ser julgado pela própria 17ª VFRJ, que ordenou a citação do Google Brasil Internet para se defender.

Para o presidente da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, Ivanir dos Santos, o juiz não mudou de opinião, apenas de argumento para evitar responder por preconceito no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Ele não formou uma nova convicção, senão teria pedido a retirada dos vídeos, que são ofensivos”, disse.

“Então queremos ser tratados com dignidade, pois uma coisa é liberdade de expressão, outra coisa é perseguição”, concluiu.

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