Apagão gerou embates na campanha eleitoral em São Paulo (Sxc.hu)
Redatora
Publicado em 14 de outubro de 2024 às 21h17.
Última atualização em 14 de outubro de 2024 às 21h45.
Ainda há 338 mil imóveis sem energia elétrica na área de atuação da Enel, na grande São Paulo, 72 horas após um temporal atingir o estado na sexta-feira, 14. A empresa, que atende 24 municípios de São Paulo, prometeu normalizar o fornecimento em três dias.
Conforme a companhia, 1,7 milhão de casas e estabelecimentos comerciais tiveram a energia restabelecida desde o início do apagão até as 18h30 desta segunda-feira. No boletim anterior, divulgado às 14h, a empresa relatava que o número de clientes que ainda seguiam no escuro era de 430 mil.
No domingo, representantes da Aneel e da Arsesp lembraram que a Enel havia prometido um plano de contingência com 2.500 funcionários após o apagão de novembro, mas esse compromisso não foi cumprido.
O apagão gerou embates na campanha eleitoral em São Paulo. Guilherme Boulos (PSOL) acusou o prefeito Ricardo Nunes (MDB) de não realizar poda de árvores para evitar quedas durante o temporal. Nunes, por sua vez, culpou a Enel pelo problema.
O governo federal também reagiu. O ministro da CGU, Vinicius Carvalho, afirmou que o presidente Lula ordenou uma auditoria sobre a atuação da Aneel na fiscalização da Enel.
Em entrevista coletiva, o Ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira afirmou que a Enel terá três dias para resolver os problemas de fornecimento de energia na capital e na Grande São Paulo. O ministro criticou o fato de a empresa não ter estabelecido uma previsão para restabelecimento total da energia.
“Quando a Enel disse que não tinha previsão de entrega dos serviços à população, eu disse que ela cometeu um grave erro de comunicação, um grave erro de seu compromisso contratual com a sociedade de São Paulo de dar uma previsão objetiva. Disse para ela que tem os próximos três dias para resolver os problemas de maior volume. Nos próximos três dias, ela tem que restabelecer a parte mais substancial da energia do povo de São Paulo”, afirmou o ministro.
Durante a coletiva, Silveira anunciou que criou uma força-tarefa para auxiliar a Enel nos trabalhos de manutenção e ressaltou que as distribuidoras de energia serão penalizadas se não adotarem medidas para minimizar os efeitos de eventos climáticos extremos.
“Hoje os eventos climáticos severos são expurgados da avaliação contratual. No decreto de distribuição que o presidente Lula assinou e que o ministério elaborou depois de um ano de debate com a população e com o setor, esses eventos não poderão mais ser expurgados da avaliação das distribuidoras. Ou seja, as distribuidoras passarão a ser penalizadas caso não tenham uma previsão ou planejamento para evitar esse tipo de evento”, disse.
Neonergia, Energisa, CPFL e Light enviarão outros eletricistas e funcionários para ajudar no atendimento das ocorrências. Segundo o ministro, a Enel tinha 1.400 profissionais em campo e, com o apoio das demais empresas, vai chegar agora a 2.900 técnicos.