A informação de que as 261 peças foram encontradas foi revelada pela "Folha" (Ichiro Guerra/Presidência da República/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 20 de março de 2024 às 17h00.
Última atualização em 20 de março de 2024 às 17h11.
Os 261 móveis do Palácio da Alvorada, que teriam desaparecido após o ex-presidente Jair Bolsonaro ter deixado a residência oficial em 2022, foram localizados, segundo confirmou, nesta quarta-feira, a Secretaria de Comunicação Social do governo federal. De acordo com o órgão, os itens estavam em "dependências diversas" do palácio. As buscas pelas peças foram encerradas em setembro do ano passado.
Na primeira semana de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a primeira-dama Janja abriu as portas do palácio e mostrou infiltrações, janelas quebradas e casos de má-conservação do patrimônio presidencial. Entre os problemas identificados pela nova gestão, estava também o desaparecimento de algumas peças do mobiliário.
A informação de que as 261 peças foram encontradas foi revelada pela Folha e confirmada pelo O Globo. No início de 2023, a Presidência já havia localizado 83 móveis. Em janeiro de 2023, o presidente Lula, durante um café da manhã com jornalistas, sugeriu que as peças teriam sido levadas por Bolsonaro.
"O quarto que tinha cama, já não tinha mais cama, já estava totalmente... eu não sei como é que fizeram. Não sei porque que fizeram. Não sei se eram coisas particulares do casal, mas levaram tudo. Então a gente está fazendo a reparação, porque aquilo é um patrimônio público. Tem que ser cuidado".
"Todos os móveis estavam no Alvorada. Lula incorreu em falsa comunicação de furto", escreveu Jair Bolsonaro em suas redes sociais, nesta quarta-feira.
No ano passado, a Presidência afirmou que novos móveis teriam de ser adquiridos, por conta da ausência de alguns itens e o mau estado de conservação de outros. O governo federal gastou R$ 196,77 mil com seis peças de móveis para a decoração da suíte presidencial do Palácio do Alvorada. Parte das compras — uma cama, dois sofás e duas poltronas — foi feita em uma loja de decoração em Brasília, com um colchão “king size” sendo adquirido em outra loja.
Os itens mais caros são o sofá, que possui um mecanismo para reclinar cabeça e pés, por R$ 65,14 mil, e a cama, por R$ 42,23 mil, com ambas as peças sendo revestidas em couro italiano 100% natural com tratamento exclusivo para evitar ressecamento.
"A ausência de móveis e o péssimo estado de manutenção encontrado na mobília do Alvorada exigiram a aquisição de alguns itens", afirmou a Secom por meio de nota, em abril de 2023.
Na nota desta quarta-feira, a Secom afirma que "os bens adquiridos passaram a integrar o patrimônio da União e serão utilizados pelos futuros chefes de Estado que lá residirem". O órgão diz ainda ter ocorrido "descaso com onde estavam esses móveis sendo necessário um esforço para localizá-los todos novamente".