Porto de Roterdã, que serve de entrada para 40% das exportações brasileiras para a União Européia (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Rio de Janeiro - Empresários holandeses querem formar parcerias e associações com companhias nacionais dos setores de petróleo e gás, construção naval e exploração em alto mar. A mensagem foi transmitida hoje (1º), no Rio de Janeiro, pelo cônsul-geral dos Países Baixos no estado, Paul Comenencia. Ele salientou que o Brasil é o maior foco de interesse holandês no continente.
"A Holanda, com sua experiência, conhecimento tecnológico de ponta e cultura empresarial, tem tudo para ser o maior parceiro comercial do Brasil", manifestou. Hoje o investimento projetado pelas empresas holandesas na indústria petrolífera e marítima brasileira alcança a US$ 9 bilhões entre 2007 e 2012. O cônsul-geral destacou, no entanto, que os investimentos poderão aumentar com as descobertas de petróleo na camada do pré-sal.
Segundo Comenencia, a discussão sobre o marco regulatório do pré-sal ou a capitalização da Petrobras não incomodam as empresas holandesas, que vêem um grande potencial de crescimento no mercado brasileiro. Ele explicou que a visão é de longo prazo e lembrou que 40% das exportações brasileiras para a Europa têm como destino a Holanda (devido ao Porto de Roterdã que centraliza grande parte das importações da União Europeia).
Em contrapartida, 25% das vendas holandesas para a América Latina têm o Brasil como destino. A Holanda responde ainda pelo segundo maior fluxo de investimentos internacionais no Brasil. "É lógico, portanto, o interesse mútuo entre os países", observou.
Nos últimos quatro anos, mais de 60 empresas holandesas se instalaram no Rio de Janeiro, algumas em parceria com companhias nacionais. No próximo dia 12, na véspera da abertura da feira internacional Rio Oil & Gas, ocorre o fórum Brasil/Holanda de Petróleo e Gás, que reunirá os principais executivos do setor dos dois países para debate sobre temas de interesse bilateral.
A presidente da Fugro, Mathilde Scholtes, empresa holandesa de engenharia e colsultoria, presente no Brasil há 30 anos, ressaltou que a questão do conteúdo local é uma de suas preocupações.
Já a fabricante de sistemas marítimos Alewijnse, recém chegada no Brasil, quer introduzir serviços de engenharia e produção no mercado brasileiro, disse o gerente geral no país, Tom Musters. A Alewijnse pretende se associar a uma empresa brasileira e atingir 95% de conteúdo local. "Nós estamos aqui para ficar", disse.
Vencedora de licitação para fornecimento de dez compressores para quatro refinarias da Petrobras, a Thomassen está estudando qual a melhor estratégia para consolidar sua presença no Brasil, se a construção de uma unidade própria, a aquisição de uma unidade brasileira ou associação com uma companhia nacional.
"As perspectivas de crescimento são arrojadas dentro do mercado brasileiro", analisou o diretor comercial da Thomassen, Francisco Edgar da Silva Filho. A Thomassen Brasil é a primeira empresa do grupo holandês a montar compressores fora da Holanda, para atender o Brasil e o Mercosul, com foco nas áreas de refino e petroquímica.
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