Brasil

Empresas fazem parceria no combate à violência contra mulher

Companhias públicas e privadas aderiram, com Secretaria de Políticas para as Mulheres, à campanha "Compromisso e atitude pela Lei Maria da Penha"


	Maria da Penha, que deu nome à lei homônima:  segundo presidente da EBC, empresa foi orientada pela própria Maria da Penha a se engajar na campanha e no combate à violência contra mulher
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Maria da Penha, que deu nome à lei homônima:  segundo presidente da EBC, empresa foi orientada pela própria Maria da Penha a se engajar na campanha e no combate à violência contra mulher (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de março de 2014 às 13h52.

Brasília - Onze empresas públicas e privadas – entre elas, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) – assinaram hoje (27), com a Secretaria de Políticas para as Mulheres, um termo de adesão à campanha "Compromisso e atitude pela Lei Maria da Penha – A lei é mais forte".

Em discurso, o presidente da EBC, Nelson Breve, lembrou o caso da radialista Lana Micol, coordenadora da Rádio Nacional do Alto Solimões, assassinada em maio do ano passado no município de Tabatinga (AM). O principal suspeito do crime é o ex-marido de Lana, Edimar Nogueira Ribeiro.

“Muitas vezes, nossa mente custa a acreditar que existem desigualdades gritantes. Só quando acontece algo com a nossa família ou com alguém ao nosso redor é que a gente percebe que elas existem e nos mobilizamos”, disse Breve. “Trata-se de uma violência contra a mulher muito flagrante, que tirou a vida de alguém que tinha muito a dar à sua comunidade e que, infelizmente, nos deixou”, completou.

Ainda segundo o presidente da EBC, a empresa foi orientada pela própria Maria da Penha a se engajar na campanha e no combate à violência contra a mulher. Entre as ações previstas está a criação de um centro de referência, em Tabatinga, para mulheres que vivem em região de fronteira e com altos índices de violência.

“Com essa atitude, assumimos um compromisso forte para que a Lei Maria da Penha se torne ainda mais forte. É o compromisso que temos agora”, ressaltou Breve.

Lançada em 2012, a campanha tinha como proposta inicial a mobilização da sociedade e dos sistemas de Justiça para fortalecer os instrumentos de responsabilização de agressores.


Atualmente, a estratégia adotada é que empresas e instituições desenvolvam ações sobre a Lei Maria da Penha e divulguem o canal de denúncia (Ligue 180) para o público interno e externo.

De acordo com o governo federal, o envolvimento de empresas e instituições no enfrentamento à violência contra a mulher pode reduzir a perda de recursos públicos e privados e também de produtividade causadas pelas ausências de vítimas ao trabalho.

A ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, cobrou mudanças nas atitudes adotadas dentro das empresas, sobretudo no combate ao assédio moral, ao assédio sexual e à discriminação de gênero na ascensão aos cargos.

“Essas empresas, públicas e privadas, não estão aderindo só à campanha, mas ao programa Mulher, Viver sem Violência, à tolerância zero. Ao aderirem, estão acolhendo, abraçando e protegendo, no sentido de garantia de direitos a todas as mulheres brasileiras”, disse a ministra.

Um levantamento do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento aponta que a violência contra a mulher é responsável por 20% das faltas ao trabalho em todo o mundo – uma em cada cinco ausências, portanto, é motivada por agressões ocorridas no ambiente

Acompanhe tudo sobre:EmpresasMulheres

Mais de Brasil

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final