PF: o Ministério Público Federal chegou a pedir a prisão temporária de Viera (Vagner Rosário/VEJA)
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de janeiro de 2018 às 15h31.
São Paulo - O empresário José Roberto Soares Vieira, que ajudou a força-tarefa da Lava Jato a rastrear pagamentos ao principal alvo da 47ª fase da Operação, o ex-gerente da Transpetro José Antonio de Jesus, foi assassinado nesta quarta-feira, 17, na cidade de Candeias, na Bahia.
No dia 21 de novembro de 2017, data da Operação Sothis, 47ª fase da Lava Jato, Vieira, que foi alvo de buscas e apreensões, prestou depoimento à Polícia Federal e afirmou que seu ex-sócio e agente público recebia pagamentos de empresas contratadas por subsidiárias da Petrobras sem ter prestado qualquer serviço.
O Ministério Público Federal chegou a pedir sua prisão temporária, indeferida pelo juiz federal Sérgio Moro ao deflagrar a operação. Ele chegou a ter seus bens bloqueados.
O ex-gerente da subsidiária da Petrobras foi preso no dia 21. A promotoria suspeita de que José Antonio seus familiares e intermediários, operacionalizaram o recebimento de R$ 7 milhões de propinas pagas pela empresa NM Engenharia, entre setembro de 2009 e março de 2014.
Ex-sócio do ex-Transpetro na JRA Transportes, Vieira ainda disse que a empresa fazia transferências para os parentes do ex-gerente e que era usada para bancar despesas pessoais de Jesus.
Com base em seu depoimento, o Ministério Público Federal rastreou pagamentos de R$ 2,3 milhões supostamente em benefício do ex-gerente da Transpetro e pediu a conversão da prisão temporária - por cinco dias prorrogáveis - em preventiva, por tempo indeterminado.
Embasado na delação premiada do empresário Luiz Fernando Nave Maramaldo, que entregou notas fiscais dos pagamentos, e em quebras de sigilo telefônico, telemático e fiscal, o Ministério Público Federal traçou o caminho das supostas propinas desde o caixa da NM Engenharia até a conta bancária do agente público aposentado e de seus parentes.
O Ministério Público Federal sustenta que a JRA Transportes e a Sirius, ligadas ao ex-gerente da Transpetro, eram usadas para o recebimento de propinas da NM.
Além da NM Engenharia, o ex-sócio de José Antonio revelou à Polícia Federal que outras prestadoras de serviços de subsidiárias da Petrobras faziam pagamentos à JRA, como foi o caso da Meta Manutenção. De acordo com José Roberto, os pagamentos da Meta eram ainda maiores do que os da NM Engenharia, alvo da 47ª fase da Lava Jato, e nunca houve prestação de serviços.