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Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2013 às 15h27.
Rio de Janeiro- O consórcio Norte Energia, responsável pela construção da polêmica hidrelétrica de Belo Monte, anunciou nesta quinta-feira que chegou a um acordo para indenizar os índios por enlamear as águas do rio Xingu com as obras.
A empresa se comprometeu a "compensar" os índios pelas "perdas" sofridas entre novembro e dezembro pela lama nas águas, o que impediu a pesca, que é o principal sustento destes povos nativos na zona.
Os índios queriam, inicialmente, uma indenização de R$ 300 mil, mas os porta-vozes da empresa não puderam precisar qual foi a quantia estipulada que os índios da etnia Jurena de três aldeias afetadas - Paquiçamba, Muratu e Furo Seco - receberão.
A Norte Energia disse que a água do Rio Xingu "não foi contaminada" e ficou enlameada temporariamente por conta do barro gerado pela obra, segundo um comunicado enviado pelo consórcio.
Os índios bloquearam uma estrada de acesso às obras, localizada no município de Altamira (Pará), durante três dias para protestar e pedir a indenização.
Após chegarem a um acordo, os índios desbloquearam a estrada e retornaram para suas aldeias, enquanto a construtora convocou os trabalhadores para que retornassem às obras a partir do turno da noite, segundo um comunicado.
Desde o ínicio das obras, em março de 2011, foram registrados vários protestos de índios e camponeses, que bloquearam as obras em protesto pelo grande impacto ambiental que a construção causará à Floresta Amazônica.
A Usina de Belo Monte, com uma potência máxima de 11.233 megawatts, será a terceira maior do mundo atrás da chinesa Três Gargantas e da brasileira-paraguaia Itaipu, e deve começar a operar em 2015.
As licenças ambientais concedidas pelo governo brasileiro, principal impulsor da obra, também foram objeto de várias denúncias na Justiça por parte de diversas organizações que consideram que a obra está sendo realizada sem a devida análise e sem consultar os índios.