Acidente: a União do Litoral não soube precisar quantos alunos havia no coletivo (Divulgação/Acciona)
Da Redação
Publicado em 9 de junho de 2016 às 17h09.
São Paulo - A União do Litoral, proprietária do ônibus que tombou nesta quarta-feira, 8, na Rodovia Mogi-Bertioga, litoral de São Paulo, informou que o tacógrafo do veículo registrou 41 Km/h no momento do acidente e que a máxima permitida na Rodovia é de 60 Km/h.
A empresa informou ainda, por meio da assessoria de imprensa, que o coletivo havia passado por manutenção preventiva há 15 dias e por todas as vistorias de órgãos fiscalizadores, como a Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
A companhia negou que o veículo de prefixo 4.900 trafegasse em alta velocidade. "Isso seria difícil, já que o trecho era de serra e trafegar em alta velocidade traria riscos", destacou por meio da assessoria de imprensa.
De acordo com a companhia, a velocidade máxima permitida na Rodovia é de 60 Km/h e o tacógrafo do coletivo teria registrado 41km/h no momento da tragédia. "Mas temos que aguardar a perícia para saber as reais causas do acidente".
A União do Litoral não soube precisar quantos alunos havia no coletivo. "Até o momento, chegamos a 32 pessoas. Quarenta e seis é a capacidade do ônibus", informou.
'Motorista exemplar'
A transportadora também negou que teria ocorrido uma discussão entre o motorista e os estudantes, situação que chegou a ser cogitada por alguns dos sobreviventes.
Ademir Pedralli, pai de um estudante que teve ferimentos graves e permanecia internado no Hospital Santo Amaro no Guarujá, disse ter ficado sabendo que uma estudante discutiu com o motorista do ônibus minutos antes do acidente.
Ela teria reclamado que o condutor estava em alta velocidade.
"Na hora do acidente não tinha neblina nenhuma (na rodovia). Segundo os alunos dos outros ônibus, esse ônibus estava em uma velocidade tremenda, tinha até uma moça que reclamava muito com o motorista e (dizia) que ele corria muito. Eles entraram até em discussão", disse o pai, em entrevista a Rádio Estadão.
Segundo parentes de estudantes, o condutor Antonio Carlos da Silva, que morreu no acidente, costumava "correr muito" e fazer ultrapassagens perigosas.
"A pasta profissional do motorista é exemplar e não há nenhuma reclamação de alunos. Inclusive, alguns alunos de outras linhas irão prestar uma homenagem a ele com um minuto de silêncio", comentou a empresa.
A União do Litoral informou que acionou a seguradora, que está providenciando o sepultamento das vítimas, além de apoio médico para o caso de tratamentos especializados e transferências hospitalares.
Perícia
Em Bertioga, o delegado Fábio Pierre, que iniciou as investigações sobre as causas do acidente, afirmou que será "difícil" realizar a perícia no ônibus por causa do estado de destruição do veículo.
"Mesmo assim, vamos tentar periciar a barra de direção e o sistema de freios. Não descartamos também a possibilidade de o motorista ter dormido ao volante. Nenhuma hipótese será descartada e vamos montar este quebra-cabeças", destacou Pierre.