Cabral: Miranda acrescentou que a Carioca também pagou por serviços de gráficas durante campanha do ex-governador (Daniel Munoz/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de dezembro de 2017 às 21h44.
Última atualização em 11 de dezembro de 2017 às 21h52.
Rio - O delator Carlos Miranda, apontado como operador do ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB) no esquema de corrupção no executivo fluminense, disse nesta segunda-feira, 11, que a empresa Carioca Engenharia pagou, com dinheiro de propina, serviços prestados pela FSB Comunicação ao peemedebista.
Miranda prestou depoimento ao juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, depois de fechar acordo já homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Desde a semana passada, revela detalhes do funcionamento do esquema que, a partir de 2007, desviou milhões dos cofres públicos fluminenses, segundo o Ministério Público Federal (MPF).
A FSB presta serviços de assessoria de imprensa a diversos órgãos do governo estadual. Segundo Miranda, a Carioca repassou diretamente à FSB dinheiro para prestação de serviços à campanha eleitoral.
O valor repassado para a empresa de assessoria de imprensa, segundo o delator, era em torno de R$ 300 mil a R$ 500 mil - não ficou clara a periodicidade dos pagamentos. Miranda acrescentou que a Carioca também pagou por serviços de gráficas durante campanha do ex-governador.
"Estes valores foram abatidos da propina repassada pela Carioca", disse o delator. Miranda era supostamente responsável por administrar a entrada e saída de recursos da contabilidade paralela de Cabral.
Em nota, FSB se disse "surpresa" com o teor do depoimento de Carlos Miranda: "Não conhecemos Carlos Miranda, nunca tivemos contato com ele e ficamos absolutamente surpresos com suas declarações pela total falta de fundamento." "A FSB tem 38 anos de história no mercado e pautamos nossa atuação por um código de conduta e ética baseado em normas rígidas de compliance."
A Carioca Engenharia informou que não vai se manifestar.