Galvão Engenharia: companhia alega que a estatal chegou a cancelar licitações vencidas pela empreiteira (Divulgação/ Galvão Engenharia)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2014 às 19h39.
São Paulo - A defesa do executivo Erton Medeiros Fonseca, da Galvão Engenharia, alega que a empresa deixou de receber várias cartas-convite da Petrobras sem razão técnica aparente e que, inclusive, a estatal chegou a cancelar licitações vencidas pela empreiteira.
Os advogados encaminharam cópias de 22 correspondências, entre e-mails e cartas, encaminhados entre 2006 e 2014, no qual a empresa contesta o fato de não ter sido convidada para vários certames mesmo tendo capacitação técnica.
Dentre os destinatários destes e-mails aparecem o ex-diretor de Serviços Renato Duque,o ex-gerente executivo da diretoria, Pedro Barusco e o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, todos alvos da Lava Jato.
Há até uma mensagem encaminhada a José Carlos Cosenza, que substituiu Costa na diretoria de Abastecimento da estatal.
"Embora integrasse o mencionado cadastro da Petrobras há alguns anos e estivesse certificada nas normas ISO 9001, ISO 14001 e OSHAS 18001, sinalizadores de sua expertise e capacitação, a Galvão Engenharia S/A deixou de receber, sem motivo aparente, cartas-convite de inúmeros certames para os quais estava apta e tecnicamente capacitada a enviar propostas", afirma a defesa.
Os defensores utilizam estes exemplos para refutar a tese de que a empreiteira participava de um cartel que atuava nas obras da estatal, conforme foi revelado pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, em seu depoimento à Justiça Federal.
Além dos certames nos quais não foi convidada, a Galvão Engenharia participou de 59 processos licitatórios.
"Em alguns desses processos sagrou vencedora, em outros não, mas sempre observou os requisitos técnicos e legais previstos", assinalam os advogados José Luis Oliveira Lima e Camila Torres Cesar.
O material encaminhado na tarde desta segunda-feira à Justiça Federal do Paraná busca reforçar a tese de que a empresa foi extorquida pelo suposto emissário da diretoria de Serviços Shinko Nakandakari, e Pedro Barusco e teve que pagar R$ 8,3 milhões em propinas sob o risco de sofrer retaliações nos contratos com a estatal.
A Petrobras ainda não retornou os contatos da reportagem sobre os e-mails.