Brasil

Emocionada, Dilma lembra volta de exilados no Galeão

Presidente ressaltou a "enorme responsabilidade" da concessão à iniciativa privada do aeroporto, porta de entrada de brasileiros exilados durante a ditadura

Presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de assinatura do contrato de concessão do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro (Roberto Stuckert Filho/PR)

Presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de assinatura do contrato de concessão do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão), no Rio de Janeiro (Roberto Stuckert Filho/PR)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2014 às 15h58.

Rio de Janeiro - A presidente Dilma Rousseff ressaltou nesta quarta-feira a "enorme responsabilidade" da concessão à iniciativa privada do Galeão, porta de entrada de brasileiros exilados durante a ditadura militar e homenageados no "Samba do Avião", de Antônio Carlos Jobim, maestro que dá nome ao aeroporto.

Dilma, ex-militante política que foi presa e torturada pelos militares durante a ditadura, se emocionou quando lembrou da música que ela disse mostrar um lugar "mítico" para os exilados que retornaram ao país após a anistia.

"Minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro... dentro de mais um minuto estaremos no Galeão", disse Dilma, citando trechos da famosa canção, em um momento que ela chamou de muito oportuno, quando são lembrados os 50 anos do golpe de 31 de março de 1964.

"É uma síntese perfeita do que é a saudade do Brasil, a lembrança do Brasil e, melhor de tudo, voltar ao Brasil chegando ao Galeão", disse Dilma, com a voz embargada e os olhos marejados, desculpando-se pela emoção.

"Daí porque a enorme responsabilidade dessa concessão. Aqui é um lugar onde, além dos aviões de carreira, as almas cantam, é especial aqui. É um lugar de certa forma mítico com relação ao Brasil", acrescentou.

A presidente assinou o contrato de concessão do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim-Galeão, que prevê investimentos de 5,65 bilhões de reais para ampliação e reforma das instalações.

O consórcio Aeroportos do Futuro, formado pelas empresas Odebrecht e Changi, vai administrar o aeroporto por 25 anos (prorrogáveis uma vez por até cinco anos) após ter vencido o leilão feito em novembro de 2013 com um lance de 19 bilhões de reais.


Cobraça por Qualidade

Segundo o governo, entre 2006 e 2013, o número de passageiros por ano no Galeão passou de 9 milhões para 17 milhões, um crescimento de 10 por cento ao ano.

O aumento, disse Dilma, significa uma pressão por oferta de "maior qualidade". A presidente cobrou que os serviços e operações do Galeão se equiparem ao padrão do terminal de Cingapura, administrado pela Changi e que está entre os melhores do mundo.

A presidente lembrou ainda dos dois grandes eventos esportivos que o país vai sediar, a Copa e a Olimpíada de 2016, embora as obras no aeroporto ainda estejam atrasadas para o Mundial que começa em junho.

As principais obras a serem executadas pelo consórcio só têm previsão de conclusão para os Jogos Olímpicos, e as adaptações a serem feitas para a Copa pela Infraero, que administra aeroportos no país, estão com atraso.

"Do ponto de vista físico, o Galeão está pronto... o que há são problemas operacionais como sinalização, atendimento e qualidade do serviço. Hoje temos banheiros imundos, elevadores apertados. Se nada for feito, vou chamar o síndico", disse o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco.

De acordo com o consórcio responsável pelo Galeão, estão previstas melhorias de iluminação, estacionamento e ar-condicionado "de imediato", mas as obras maiores em banheiros, pátios e áreas comerciais só devem ficar prontas para os Jogos de 2016.

Acompanhe tudo sobre:AeroportosAeroportos do BrasilDilma RousseffDitaduraGaleãoPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresSetor de transporteTransportes

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022