Os estivadores reivindicam que a companhia volte a contratar os trabalhadores por produção, e não com vínculo empregatício. Segundo o sindicato, trabalhando de forma avulsa, os estivadores conseguem maiores rendimentos (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2013 às 19h44.
São Paulo – A Empresa Brasileira de Terminais Portuários (Embraport) informou que obteve na Justiça liminar determinando a retirada dos estivadores que ocupam o terminal da companhia no Porto de Santos.
O protesto começou na tarde de hoje (10) contra a forma de contratações adotada pela empresa. A Embraport disse que espera a desocupação pacífica do terminal. A Polícia Federal está no local tentando negociar a saída dos estivadores do local.
O Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão entende que a decisão judicial refere-se apenas à parte terrestre do terminal.
Por isso, os cerca de 250 manifestantes que estão no local foram para um navio que antes estava ocupado com apenas uma parte dos estivadores que participam do protesto. O grupo pretende manter a ocupação até amanhã (12), quando haverá reunião com representantes da empresa.
Os estivadores reivindicam que a companhia volte a contratar os trabalhadores por produção, e não com vínculo empregatício. Segundo o sindicato, trabalhando de forma avulsa, os estivadores conseguem maiores rendimentos.
A Embraport, que pertence ao Grupo Odebrecht, reclama da dificuldade de chegar a um acordo com o sindicato. De acordo com a empresa, o “sindicato mantém-se intransigente em não aceitar a proposta da Embraport de contratação de trabalhadores dentro da lei, com carteira assinada, com base na CLT [Consolidação das Leis do Trabalho], regime que dá mais segurança e garantias ao trabalhador”.
A adesão dos estivadores ao Dia Nacional de Luta, convocado pelas centrais sindicais e movimentos sociais, causou a paralisação das operações de dez navios no Porto de Santos. Segundo a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), das 31 embarcações atracadas no terminal, o maior da América Latina, 21 conseguiram operar. As avenidas perimetrais portuárias de Santos e Guarujá, que dão acesso ao porto, também foram bloqueadas pelos trabalhadores.