José Serra vai disputar prefeitura com Fernando Haddad, em São Paulo (Agência Brasil/Montagem de EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2012 às 08h30.
São Paulo - A <strong><a href="https://exame.com/noticias-sobre/eleicoes-2012" target="_blank">eleição</a></strong> deste domingo será protagonizada por disputas envolvendo PT, PSB e PSDB, cujos candidatos concorrem no segundo turno em 12 das 17 capitais, com destaque para Fortaleza, Salvador e São Paulo, onde o resultado tem influência direta para as aspirações dessas legendas nos próximos anos.</p>
Para o PT, por exemplo, uma vitória em São Paulo sobre o PSDB pode significar a conquista de uma importante trincheira com vistas às eleições de 2014. Para os tucanos, a vitória é essencial para manter a força no Estado de São Paulo e de quebra dar uma vitrine para um dos quadros mais importantes do partido, José Serra.
PT e PSDB são adversários históricos e terminaram o primeiro turno apontando motivos para comemorar. Enquanto os petistas conquistaram o maior número de votos, os tucanos se mantiveram como a segunda maior força no comando das prefeituras, atrás apenas do PMDB, que historicamente é o que mais elege prefeitos.
"Acho que o PT (já) saiu vitorioso dessa eleição. Se o PT ganhar em São Paulo, a vitória vai ser mais estrondosa ainda", analisou Carlos Melo, cientista político do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper).
"Para o PSDB (a vitória) vai depender mesmo de São Paulo", continua Melo, argumentando que as disputas travadas pelos tucanos em outras sete capitais não compensam o peso do eleitorado paulistano. "O PSDB está querendo fazer do limão uma limonada, mas é uma limonada com sal, não uma limonada com açúcar." Além de São Paulo, os tucanos enfrentam o PT em Rio Branco e João Pessoa, e outros partidos em São Luís, Manaus, Vitória, Belém e Teresina.
As pesquisas animam os petistas, já que Ibope e Datafolha apontaram nas sondagens desta semana uma vitória folgada para Fernando Haddad sobre Serra.
Se a disputa em São Paulo opõe adversários tradicionais, em Fortaleza, quinta cidade mais populosa do país, a eleição será definida entre aliados históricos: PT e PSB.
Essa disputa é mais um capítulo do duelo entre os dois partidos da base aliada da presidente Dilma Rousseff. No primeiro turno eles estiveram de lados opostos em Belo Horizonte e Recife, por exemplo. O PSB levou a melhor nos dois casos.
Em Fortaleza, o tom da campanha com ataques entre Elmano de Freitas (PT), que critica o governo estadual do PSB, e Roberto Cláudio (PSB), que mira na administração municipal petista, tem preocupado a cúpula dos dois partidos que buscam evitar consequências para a aliança nacional e estadual entre petistas e socialistas.
Para o PSB, que também disputa o segundo turno em Cuiabá --também contra o PT-- e Porto Velho, a capital cearense é considerada a jóia da coroa a ser conquistada no domingo. A legenda elegeu 444 prefeitos no primeiro turno, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e teve o maior crescimento entre todos os partidos.
Uma eventual vitória em Fortaleza ao se somar a Recife fortaleceria ainda mais a posição do partido na região --onde comanda os governos de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Piauí-- ao tirar essas capitais do PT.
Além disso, a vitória animaria ainda mais os socialistas que veem o governador de Pernambuco e presidente da legenda, Eduardo Campos, como um futuro candidato à Presidência da República.
Mas mesmo esse bom desempenho não seria definitivo para um projeto nacional do PSB na avaliação do cientista político e diretor do Instituto de Pesquisas e Projetos Sociais (Inpro), Benedito Tadeu Cesar.
"Tudo bem, o Eduardo Campos se fortalece, mas não para a próxima eleição. Acho que seria um caminho mais seguro se ele continuar na base da Dilma e pleitear ministério de projeção (num segundo mandato da petista)", afirmou o diretor do Inpro.
Outra disputa fundamental para os petistas se dá em Salvador, num confronto emblemático porque Nelson Pelegrino (PT) tem como adversário o deputado ACM Neto (DEM), cujo avô Antônio Carlos Magalhães, falecido em 2007, teve uma carreira política tão notória que deu origem ao verbete "carlismo".
Uma vitória do DEM, segundo maior partido de oposição ao governo federal, pode ter impacto na sucessão do governador Jaques Wagner (PT) e daria novo fôlego à legenda que é tida por analistas políticos como candidata à extinção depois que boa parte dos seus quadros no Congresso migraram para o recém criado PSD.
O PMDB, o "rei" das prefeituras, ainda pode ganhar mais três capitais no domingo --disputa em Campo Grande, Natal e Florianópolis.