Financiada por apoiadores do governo Guaidó, María Teresa Belandria veio ao Brasil sem salário (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de fevereiro de 2019 às 08h54.
Última atualização em 12 de fevereiro de 2019 às 08h55.
Brasília - Uma sala comercial próxima à Esplanada dos Ministérios abriga desde esta segunda-feira a embaixada informal da Venezuela comandada pelo autodeclarado presidente, Juan Guaidó. À frente está a advogada María Teresa Belandria, especialista em direito internacional e ex-assessora da opositora María Corina Machado.
A Embaixada da Venezuela que segue as orientações do governo de Nicolás Maduro continua em funcionamento. Mas desde maio de 2016 não tem um embaixador, depois que Alberto Castellar foi chamado de volta a seu país em represália ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. E, desde dezembro de 2017, sem o número dois da hierarquia, o encarregado de negócios Gerardo Delgado, declarado persona non grata pelo governo brasileiro depois que a Venezuela fez o mesmo com o embaixador brasileiro em Caracas, Ruy Nogueira.
Para marcar sua chegada ao Brasil, María Teresa esteve nesta segunda-feira no Itamaraty e entregou suas cartas credenciais ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Oportunamente, pretende se reunir com o presidente Jair Bolsonaro.
"Não será uma diplomacia tradicional", disse ela. "É uma diplomacia inédita, porque precisamos estar onde estão os cidadãos venezuelanos que necessitam, e isso é na fronteira."
Financiada por apoiadores do governo Guaidó, a maior parte venezuelanos que se encontram fora do país, María Teresa veio ao Brasil sem salário. A sala foi emprestada por um amigo brasileiro. Por ora, a embaixadora está hospedada em um hotel às margens do Lago Paranoá.