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Em velório de neto, Lula volta a criticar sua condenação

Escoltado por policiais federais, Lula - que cumpre prisão em Curitiba pela condenação na Lava Jato - permaneceu no local por cerca de duas horas

Ex-presidente Lula é escoltado por policiais ao sair do enterro do seu neto de 7 anos: (Ricardo Stuckert Filho/ Lula Institute/Handout/Reuters)

Ex-presidente Lula é escoltado por policiais ao sair do enterro do seu neto de 7 anos: (Ricardo Stuckert Filho/ Lula Institute/Handout/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de março de 2019 às 12h48.

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do velório do neto Arthur Araújo Lula da Silva, de 7 anos, ontem, em São Bernardo do Campo (SP), após autorização da Justiça Federal no Paraná. Escoltado por policiais federais, Lula - que cumpre prisão em Curitiba pela condenação na Lava Jato - permaneceu no local por cerca de duas horas. Segundo relatos, ele chorou muito, recebeu cumprimentos e prometeu ao neto que provaria sua inocência.

"O Arthur foi um menino que sofreu muito bullying na escola, porque era neto do Lula. Por isso, eu tenho um compromisso com você, Arthur, eu vou provar a minha inocência e quando eu for para o céu, eu vou levando o meu diploma de inocente", afirmou, segundo disseram pessoas presentes no velório.

"Vou provar quem é ladrão neste País e quem não é. Quem me condenou não pode olhar nos olhos dos netos como eu olhava para você", complementou Lula, ainda de acordo com relatos.

Da cerimônia participaram dois pastores metodistas e um padre católico. Lula consolou o filho Sandro Luis Lula da Silva e a nora Marlene Araújo. No período em que permaneceu no cemitério ainda recebeu, por cerca de meia hora, cumprimentos de mais de cem pessoas e o telefonema do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. O celular foi passado pelo ex-secretário da Presidência Gilberto Carvalho. Entre as dezenas de coroas de flores enviadas à família de Lula, havia uma em nome do presidente venezuelano Nicolás Maduro.

Ao deixar o local, Lula subiu no carro da Polícia Federal e acenou a centenas de pessoas que lotavam a entrada do cemitério. Na hora que ele desceu, o delegado da PF disse: "O senhor sabe que não devia ter feito isso." E Lula respondeu: O senhor sabe que eu devia." Sem poder conversar com o ex-presidente ou chegar perto dele, apoiadores rezaram um Pai-Nosso em homenagearam o neto de Lula com gritos de "Arthur presente agora e para sempre". Também cantaram 'Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula' e gritaram 'Polícia Federal, vergonha nacional'.

Trajeto

O petista deixou a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde cumpre pena na Operação Lava Jato, por volta das 7h de ontem. Foi de helicóptero até o aeroporto do Bacacheri. No terminal, o ex-presidente embarcou para São Paulo em um avião do governo do Paraná.

Lula chegou ao aeroporto de Congonhas por volta das 8h30 e seguiu, também de helicóptero, até as proximidades do cemitério. O ex-presidente foi autorizado a ficar uma hora e meia no velório, por isso teve de aguardar o horário previsto para o transporte. A cremação de Arthur estava marcada para o meio-dia onde também foi cremada a avó do garoto, Marisa Letícia, que morreu em 2017.

O esquema de segurança contou ainda com seis policiais militares armados na capela onde o corpo do menino foi velado e dez viaturas do lado de fora. Durante a noite de sexta e a madrugada de sábado parentes, amigos e aliados de Lula prestaram solidariedade à família. Entre eles a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, a ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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