Bolsonaro e Lula: cada vez mais a disputa está polarizada entre os dois. (Foto Bolsonaro: Bloomberg / Foto Lula: Europa Press News/Getty Images)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 25 de março de 2022 às 09h00.
Caso o segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto fosse hoje, o presidente Jair Bolsonaro (PL) venceria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em apenas uma região do país. De acordo com a mais recente pesquisa EXAME/IDEIA, o presidente teria 50% das intenções de voto no Centro-Oeste, contra 35% do petista.
É a única região brasileira em que Bolsonaro venceria Lula. Em todas as outras, Lula sai na frente, sendo a maior vantagem no Nordeste (65% a 30%), seguido de Sudeste (47% X 37%), Norte (47% X 42%), e do Sul (43% X 39%).
A sondagem ouviu 1.500 pessoas entre os dias 18 e 23 de março. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-04244/2022. A pesquisa EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Confira o relatório completo aqui.
Nos números gerais de simulação de segundo turno, Lula ganhou 1 ponto percentual na disputa com Bolsonaro, e o atual presidente ganhou 2 pontos, se comparado com a pesquisa de 24 de fevereiro. Com esta alteração, o embate entre os dois está 50% X 37% das intenções de voto, em favor do petista.
No primeiro turno, o ex-presidente Lula teria 40% dos votos, e o presidente Jair Bolsonaro estaria em segundo lugar, com 29%. Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (Podemos) teriam 9% cada. Os números são de uma pergunta estimulada, quando os nomes são apresentados previamente.
Em relação à última pesquisa, feita há um mês, Lula perdeu 2 pontos percentuais e Bolsonaro ganhou a mesma quantidade. Ambas mudanças são dentro da margem de erro. Com isso, a diferença entre os dois caiu de 15% para 11%, o que pode mostrar uma tendência de acomodação de votos, como explica Maurício Moura, fundador do IDEIA.
“É importante ficarmos atentos a melhora de indicadores do presidente Jair Bolsonaro. Alguns, obviamente, estão relacionados ao aumento da popularidade, de aprovação do governo. Porém, há outras evoluções positivas, de intenção de voto, principalmente estimulada, que estão mais alinhadas com uma maior acomodação dos antipetistas na candidatura do Bolsonaro, que não enxergam nas outras alternativas um potencial de vencer o PT no segundo turno”, diz.
Olhando as parcelas populacionais, entre os evangélicos, grande força do presidente, Bolsonaro melhorou seus indicadores. Há um mês, 35% destes eleitores votariam no atual presidente, agora são 54%. "É uma reacomodação de bolsonaristas, ou de pessoas mais favoráveis ao presidente nesse momento", avalia Moura.
Em uma pergunta espontânea, em que os candidatos não são apresentados previamente aos entrevistados, Lula e Bolsonaro somam quase 60% das intenções de voto em um eventual primeiro turno.