Celso Russomanno, candidato à prefeitura de SP pelo PRB: queda nas intenções de voto marcou as últimas semanas (Divulgação/Facebook)
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2012 às 18h47.
Brasília - A disputa eleitoral na maior cidade do país ganhou contornos dramáticos para o candidato do PRB, Celso Russomanno, que tentará até domingo evitar uma virada histórica que o tiraria da briga do segundo turno contra o petista Fernando Haddad ou o tucano José Serra.
Russomanno, um comunicador que cresceu nas pesquisas apoiado pelos evangélicos, surpreendeu os analistas políticos ao pular na frente na disputa eleitoral de São Paulo e manter uma larga vantagem sobre os candidatos de PT e PSDB.
Essa larga vantagem desapareceu nas últimas duas semanas e o candidato do PRB viu as intenções de votos, que ficaram por semanas acima dos 35 por cento, caírem para 25 por cento, segundo a pesquisa Datafolha realizada nesta semana. A campanha de Russomanno atribui a queda aos incessantes ataques dos adversários na propaganda eleitoral gratuita.
Para tentar neutralizar a perda de apoio, a campanha de Russomanno produziu 8 milhões de panfletos e está disparando 1,5 milhão de ligações.
"Nós estamos colocando gente na rua. Tentando movimentar a militância. Também vamos distribuir 5 milhões de folhetos com motivos para votar no Russomanno, 1 milhão de folhetos para explicar a posição dele em relação à tarifa de ônibus e 2 milhões de folhetos tratando da questão relativa à rejeição do Serra", afirmou à Reuters o presidente do PRB e coordenador da campanha de Russomanno, Marcos Pereira.
Pereira acredita que a polêmica entre Haddad e Russomanno sobre a tarifa de ônibus foi o principal motivo para perda de apoio nas regiões mais pobres da cidade.
Enquanto o petista defende a criação de um bilhete único mensal para acessar o transporte público, Russomanno defende que as tarifas sejam calculadas de acordo com a distância percorrida pelo usuário. A proposta do candidato do PRB foi criticada pela campanha petista, pois prejudicaria os trabalhadores mais pobres, que moram mais longe da região central Polêmica à parte, o derretimento de Russomanno nas pesquisas animou seus principais adversários, Serra e Haddad, apontados como favoritos pelos analistas para disputar o segundo turno no começo da corrida eleitoral.
Reta final - A campanha de Haddad, por exemplo, vai concentrar as últimas atividades nas zonas sul e leste de São Paulo e nas periferias, onde, segundo os levantamentos petistas, os votos de Russomanno estão migrando para o petista.
"O movimento maior de decomposição do Russomanno no centro expandido já aconteceu e agora começa a aparecer na periferia", disse à Reuters o coordenador de campanha do petista, Antônio Donato.
Na pesquisa mais recente do Datafolha, Haddad é o que mais tem se beneficiado da queda de Russomanno, passando dos 15 por cento de intenções de voto para 19 por cento no período em que o candidato do PRB caiu 10 pontos percentuais.
Esse cenário tem animado os petistas. O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, aposta que a militância do partido pode fazer a diferença.
"Em São Paulo, historicamente, o PT tem uma reta de chegada melhor do que as pesquisas em geral prenunciam. É uma eleição com muitos vereadores com muita militância na rua e nós acreditamos que vamos fazer a diferença no domingo", disse a jornalistas nesta sexta-feira no Palácio do Planalto.
Os vereadores também fazem parte da estratégia de Serra para garantir uma vaga no segundo turno. O coordenador de campanha do tucano, deputado Edson Aparecido, disse que a chapa proporcional é grande e os candidatos à uma vaga na Câmara de Vereadores podem impulsionar "uma onda azul e amarela pela cidade".
"É uma chapa muito pulverizada que tem reflexo na reta final", argumentou Aparecido à Reuters.
Outra estratégia que deve ser explorada pelos tucanos é a presença do governador Geraldo Alckmin nos últimos eventos de campanha, nas caminhadas e carreatas pela cidade. Eles acreditam que a presença de Alckmin atrai eleitores, já que a avaliação da gestão estadual é considerada ótima ou boa por cerca de 50 por cento da população.