Hospitais psiquiátricos devem ser substituídos, segundo participantes do ato, por Centros de Atenção Psicossocial (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de maio de 2015 às 17h09.
São Paulo - Ato no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na região central da capital, marcou o Dia Nacional Antimanicomial. Fantasiados, embalados pelo samba, os manifestantes trouxeram faixas e cartazes para defender tratamento humanizado para os portadores de doenças mentais.
A presidente da Federação Nacional dos Psicólogos, Fernanda Magano, disse que um dos pontos mais preocupantes atualmente em relação ao tema são as comunidades terapêuticas.
Os centros, em grande parte mantidos por entidades religiosas, oferecem atendimento a dependentes químicos.
“[As comunidades ]não têm uma posição laica sobre o atendimento da saúde mental. Acabam se eximindo de todas as diretrizes do Ministério da Saúde e fazendo [procedimento] de encarceramento dessas pessoas. São novas formas de manicômio com outros nomes”, criticou Fernanda.
Segundo ela, além de problemas como doutrinação religiosa, um relatório da Federação dos Psicólogos identificou até denúncias de trabalho escravo contra as comunidades.
“Com essa falácia da epidemia de crack, se abriu um espaço enorme para as chamadas comunidades terapêuticas”, disse. Acrescentou que essa é uma das razões que explicam a expansão desse tipo de atendimento.
Os manifestantes também defenderam o fim definitivo dos hospitais psiquiátricos. “A gente ainda tem uma concentração de leitos psiquiátricos em Sorocaba: são sete grandes hospitais”, detalhou Fernanda.
Essas instituições devem ser substituídas, na visão dos participantes do ato, pelos Centro de Atenção Psicossocial e, para os casos mais graves, por alas de internação em hospitais gerais.