Brasil

Em SP, 311 mil alunos serão transferidos na rede estadual

Governo justifica mudança para escolas de segmento único por terem rendimento até 22% superior

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em visita à Escola Estadual Alfredo Paulino, em São Paulo  (Marcelo Ribeiro/ Alckmin 45)

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, em visita à Escola Estadual Alfredo Paulino, em São Paulo (Marcelo Ribeiro/ Alckmin 45)

Raphael Martins

Raphael Martins

Publicado em 26 de outubro de 2015 às 11h28.

Última atualização em 2 de agosto de 2017 às 12h49.

São Paulo -- Em coletiva na manhã de hoje, o secretário de educação do Estado de São Paulo, Herman Voorwald, anunciou a criação de 754 escolas de ciclo único na rede estadual. A partir de 2016, 43% das escolas do estado funcionarão nesse sistema, isto é, 2.197 das 5.147 da rede.

O sistema de segmento único prevê agora que essas escolas passarão a ter alunos de apenas uma das três etapas do ensino, divididas entre Ensino Fundamental 1, Fundamental 2 ou Médio. Dos 3,8 milhões de alunos da rede, a mudança fará com que 311 mil alunos sejam transferidos de suas atuais escolas.

A troca de escola gerou insatisfação de pais e gestores educacionais, que promoveram protestos nas últimas semanas. O governo justifica a mudança através de estudo feito pelo Idesp, em 2014, que mostra que escolas nesse sistema têm rendimento até 22% superior às demais.

“A quem interessa essa manifestação contrária? Meu objetivo é dar o melhor ensino às crianças do Estado”, diz Voorwald. “Dentro de alguns anos, verão que foi um grande movimento feito pela Secretaria do Estado.”

Além da tentativa de melhorar o ensino, o governo tenta compactar alunos em salas que hoje estão ociosas. Pelos números do governo, em todo o Estado há 2.197 salas sem alunos por conta de um declínio na demanda desde 1998, inclusive pela saída de alunos para a rede particular.

O secretário garantiu ainda que a distância máxima obrigatória de 1,5 quilômetro entre aluno e escola será respeitada. “Certas coisas não podemos abrir mão”, disse.

Não se falou concretamente sobre fechamento de escolas. Segundo o secretário, 94 escolas serão "disponibilizadas". Dessas, 66 serão repassadas aos municípios, com a possibilidade de se tornarem creches, e outras 28 ainda têm "destino incerto".

Os pais começarão a ser notificados ainda esta semana sobre as mudanças e possíveis transferências de seus filhos através da própria escola.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasEducaçãoEnsino públicoMetrópoles globaissao-paulo

Mais de Brasil

Enem 2024: prazo para pedir reaplicação de provas termina hoje

Qual é a multa por excesso de velocidade?

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi