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Em site, Clube Militar considera Aécio o menos pior

Segundo Gilberto Pimentel, "seria total incoerência" apoiar a candidata do PSB


	Aécio Neves durante evento do PSDB em Belo Horizonte
 (Igo Estrela/Coligação Muda Brasil/Divulgação via Fotos Públicas)

Aécio Neves durante evento do PSDB em Belo Horizonte (Igo Estrela/Coligação Muda Brasil/Divulgação via Fotos Públicas)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2014 às 14h37.

Rio de Janeiro - Menos de uma semana depois de ter sinalizado apoio à candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, o Clube Militar divulgou um "esclarecimento" no qual diz preferir o candidato do PSDB, Aécio Neves.

"O candidato que consideramos 'menos pior' é o Aécio, terá nosso voto (meu) e foi o único convidado por nós para apresentar sua proposta de governo", escreveu o general da reserva Gilberto Pimentel, presidente do Clube Militar, em texto publicado no site da associação.

O militar alega que "seria total incoerência" apoiar a candidata do PSB. O texto da semana passada, assinado pelo general da reserva Clóvis Bandeira, sob o título "Um fio de esperança", afirmava que o País "como está não pode continuar".

"Não é a candidata dos meus sonhos. Acho que o candidato mais preparado é o Aécio, mas para mim a candidatura dele está morta e enterrada", disse na ocasião ao jornal O Estado de S. Paulo o autor do texto, que foi publicado com anuência do presidente da entidade.

O artigo, que tinha várias críticas a Marina mas deixava clara a simpatia pela candidata do PSB, pode ser lido na seção "Pensamento do Clube Militar".

Pimentel argumentou que o objetivo do título "provocativo" da semana passada era "recolocar o Clube na mídia".

"Observe que o texto do general Bandeira, que discutimos bastante, não tem uma só palavra de elogio à Marina, muito pelo contrário. Seria total incoerência apoiá-la. Moveu-me, na oportunidade, o desejo de recolocar o Clube na mídia, no debate, do que tanto nos ressentimos, mas não se consegue isso sem um mínimo de polêmica. Assim funcionam as coisas. O título foi, sim, provocativo. Espero que entendam", afirma o general no texto publicado nesta terça-feira, 9.

Pimentel diz ter recebido "inúmeros comentários" sobre a publicação da semana passada. Para o presidente do Clube Militar, o artigo de Bandeira deve ser visto como "a esperança do fim da era Lula/PT que tantos males já causou ao País".

"Tudo isso coerente com o que escrevi durante a minha campanha: 'Nem interessa tanto se para A, B ou C, o importante é mudar já'", escreveu.

Pimentel diz que estava acertada com os coordenadores da campanha de Aécio uma visita do candidato ao Clube Militar, mas que ele desistiu do encontro após o acidente aéreo que matou o então postulante do PSB, Eduardo Campos, em Santos.

"A mudança radical do cenário político, em seu desfavor, parece tê-lo obrigado a rever seus compromissos. Avaliou que sua agenda não devia mais nos incluir. Pena também é que seus correligionários já dão sinais de aceitarem a derrota", escreveu, referindo-se ao candidato do PSDB.

O aceno do Clube a Marina na semana passada foi temperado com críticas à candidata.

"Sua figura messiânica, suas declarações vagas, suas promessas iniciais muito generosas, mas fora do alcance do cofre nacional, acenam com uma 'nova política' misteriosa, mistura de propostas esquerdistas e ambientalistas, entre as quais maior participação direta, governar com pessoas e não com partidos, participação direta popular no governo, por meio de plebiscitos e consultas populares (cheiro de bolivarianismo), criação de conselhos do povo (cheiro dos sovietes petistas), orçamento participativo etc", afirmava Bandeira no texto.

Apesar das críticas, o artigo deixava clara a simpatia pela candidata. "A esperança de algo novo e diferente, que rompa com a tradição negativa representada pelos atuais homens públicos, parece impulsionar a subida de Marina nas pesquisas eleitorais", afirmava.

"A desilusão procura o novo. As mudanças podem ser para melhor ou para pior (...). Há expectativa de que novos rumos e novos governantes tragam melhores dias e maior esperança para os eleitores desiludidos. É um fio de esperança, mas parece que as pessoas se agarram com fé, apostando no futuro para esquecer o presente."

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