Impeachment: ele também questionou o apoio da base de Temer no Congresso, que ainda não completou quórum para votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2017 (Valter Campanato/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2016 às 17h09.
Brasília - O ex-líder do governo Dilma no Senado, Humberto Costa (PT-PE), comparou a condução fiscal do governo do PT com a do presidente em exercício, Michel Temer, e disse que o peemedebista faz uma "orgia fiscal".
Ele também questionou o apoio da base de Temer no Congresso, que não completou quórum na sessão dessa terça-feira, 2, para votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2017.
"Falavam em farra fiscal, mas o que está acontecendo hoje nesse governo interino, é uma orgia fiscal. R$ 170 bilhões de déficit fiscal neste ano, R$ 139 bilhões no próximo, suspensão da negociação da dívida dos Estados por dois anos. Se Dilma foi responsável pelo que está aí, esse fantoche interino, o que é?", disse o senador.
Humberto Costa também pôs dúvidas sobre o apoio de Michel Temer no Congresso e criticou a ausência de quórum na sessão de ontem. "O governo com a maior amplitude de sua base de sustentação é incapaz de votar a LDO, incapaz de votar destaques aos vetos", ironizou.
O petista usou os argumentos para defender a presidente afastada Dilma Rousseff durante a sessão da Comissão Especial do Impeachment dedicada à discussão do parecer do relator Antonio Anastasia favorável ao impeachment da presidente.
Para Costa, todos os senadores estão cientes de que não há crime de responsabilidade da presidente, mas existe um grupo que votará a favor do impeachment por outras razões que envolvem interesses próprios.
Assim como Costa, o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB) também adotou um discurso político no momento de discutir o relatório de Anastasia e criticou a atuação da oposição na comissão.
"Desde o início deste processo, o que se observa é a tentativa de procrastinação dos trabalhos para que o Brasil continue aprofundando sua crise. Não me venham com discurso de defesa dos menos favorecidos, porque quem defende os menos favorecidos não monta uma organização criminosa para assaltar o País, para construir um projeto de poder", contra-atacou o tucano.
Vinte senadores participaram dos debates sobre o relatório, mas poucos trataram das questões técnicas do processo.
Por mais de uma vez, os ânimos se acirraram com colocações mais agressivas e a sessão precisou ser suspensa por alguns minutos.
Na sessão dessa quarta, ainda falam a acusação e a defesa para discutir o relatório. A votação do parecer na comissão, entretanto, só acontece na quinta-feira, 4, e depois o texto segue para a análise do plenário.