Brasil

Em seis meses, desaprovação pessoal de Bolsonaro salta de 28% para 53%

Segundo levantamento da CNT, a avaliação negativa do governo, que estava em 19% em fevereiro, chegou a 39,5% em agosto

Bolsonaro: as áreas com pior desempenho no governo são saúde (30,6%), meio ambiente (26,5%) e educação (24,5%). (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro: as áreas com pior desempenho no governo são saúde (30,6%), meio ambiente (26,5%) e educação (24,5%). (Adriano Machado/Reuters)

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Clara Cerioni

Publicado em 26 de agosto de 2019 às 12h07.

Última atualização em 26 de agosto de 2019 às 13h17.

São Paulo — O desempenho de Jair Bolsonaro como presidente da República é reprovado pela maioria dos brasileiros, segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes com o instituto MDA divulgada nesta segunda-feira (26).

De acordo com os resultados, a postura de Bolsonaro no seu mandato até agora é desaprovada por 53,7% dos entrevistados, contra 41% de aprovação. Há, ainda, 5,3% que não souberam opinar ou não responderam.

Na avaliação anterior, de fevereiro, a desaprovação pessoal de Bolsonaro era de 28,2%, enquanto a aprovação havia sido de 57,5%.

39,5% dos entrevistados avaliam o governo como ruim ou péssimo, ao passo de 29,4% consideram ótimo ou bom e 29,1%, regular. Em fevereiro, só 19% avaliavam o governo de forma negativa.

A pesquisa entrevistou 2.002 brasileiros, entre os dias 22 e 25 de agosto, em 137 municípios. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Avaliação das áreas de atuação

De acordo com a pesquisa, as áreas citadas como de pior desempenho do governo são saúde (30,6%), meio ambiente (26,5%) e educação (24,5%).

Os dois últimos resultados correspondem aos maiores conflitos que Bolsonaro têm enfrentado até agora diante da repercussão das queimadas na Amazônia e dos bloqueios no orçamento da educação.

A gestão dessas duas áreas serviu como gatilho para as principais manifestações de rua que o presidente enfrentou desde o começo do ano.

93% dos entrevistados consideram "muito importante" preservar o meio ambiente enquanto 83% avaliam que o aquecimento global é uma realidade.

Para os entrevistados, no entanto, as áreas com melhor desempenho são o combate à corrupção (31,3%), segurança (20,8%) e redução de cargos e ministérios (18,5%).

No topo da lista das piores ações do governo até agora estão o "Decreto da liberação de posse e porte de arma/liberação das armas" (39%) e "Uso de palavras ofensivas e comentários inadequados" (30,6%).

88% dos entrevistados consideram que o Brasil ainda está em crise econômica. O Boletim Focus divulgado hoje voltou a reduzir a previsão de crescimento do PIB neste ano, agora de 0,83% para 0,80%. Se confirmado, será menos do que o 1,1% registrado tanto em 2017 quanto em 2018.

Ao todo, 54% consideram que a crise só terminará em 2020 ou mais adiante e 33% acreditam que não haverá melhoria na situação econômica do país.

A indicação de Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do presidente, para a embaixada do Brasil nos Estados Unidos é considerada inadequada por 72,7% dos entrevistados.

A população está dividida se as mensagens reveladas pela Vaza Jato colocam em dúvida a isenção da operação: 42,2% consideram que sim e 41,7% consideram que não, dentro da margem de erro.

35% dos entrevistados avaliam que Sergio Moro deve deixar cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública enquanto 52% são contra.

Veja abaixo os principais resultados da pesquisa CNT de Opinião:

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