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Em reunião com Lula, senadores cobram mais proximidade, e Pacheco faz novo aceno ao presidente

Presidente do Senado diz que chefe do Executivo foi candidato certo contra Bolsonaro; aliado diz que governo precisa melhorar comunicação

 (Ricardo Stuckert/PR/Flickr)

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Agência o Globo
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Publicado em 6 de março de 2024 às 07h22.

Em evento de "happy hour" com senadores, os parlamentares elogiaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ressaltaram o papel colaborativo do Senado com as pautas de interesse do governo. Ao mesmo tempo, alguns senadores aproveitaram o contato pessoal com o presidente para fazer recomendações e cobrar uma maior proximidade dele com os integrantes do Congresso.

Ao tomar a palavra, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que Lula, em 2022, foi candidato certo na hora certa para vencer as eleições. No momento em que o senador também faz acenos à direita para se cacifar ao governo de Minas em 2026, Pacheco disse que Lula foi fundamental para proteger a democracia de ataques golpistas.

O senador do PSD também disse que as demandas do governo são levadas em conta pelo Senado e que isso se reflete nas votações da Casa. Ao mesmo tempo, segundo senadores presentes na reunião, Pacheco disse que a Casa mantém a independência e não deixa de divergir em alguns temas, ainda que isso não seja pensado para confrontar o governo.

A fala foi interpretada como uma menção indireta ao episódio em que o presidente do Senado criticou a fala de Lula que comparava o conflito entre Israel e Palestina com o holocausto, mas isso não foi citado diretamente pelo chefe da Casa Legislativa.

Ex-presidente e presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União-AP) discursou e chamou atenção para o fato de que eventos como o desta terça não são comuns de acontecer e pediu para que eles passem a ser mais constantes, com a participação de mais senadores, não apenas líderes partidários. Alcolumbre tem interesse em voltar a comandar a Casa Legislativa em 2025 e tem procurado atender as demandas dos parlamentares.

O encontro ocorre duas semanas após Lula ter recebido líderes da Câmara e do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). O gesto é uma tentativa de se aproximar do Congresso em momento em que o governo tenta manter o foco na agenda econômica. Além dos líderes, estiveram os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).

Segundo um dos presentes, Lula fez um discurso de agradecimento ao Senado pelas votações importantes de 2023 e prometeu fazer outros encontros, nos mesmos moldes. A intenção é tornar as reuniões informais uma rotina.

O senador Marcelo Castro (MDB-PI) também discursou e elogiou o modo como o governo conduz a economia. O emedebista parabenizou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas disse também que não adianta organizar a economia, se a comunicação não é eficaz.

Para ilustrar seu ponto, Castro citou um exemplo de um vídeo que um familiar seu recebeu no WhatsApp, onde uma pessoa aparece reclamando da redução de frotas de caminhões do agronegócio. De acordo com o senador, o setor vive um bom momento hoje no país, mas a versão espalhada nas redes sociais é a que fica.

Assim como Haddad, o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, foi elogiado pelos parlamentares, como Pacheco, Omar Aziz (PSD-AM) e Marcelo Castro. Segundo presentes no encontro, Lula também fez menções elogiosas a Padilha, mas disse que ele tem "uma missão espinhosa". O ministro da SRI tem se tornado alvo de reclamações de alguns parlamentares, principalmente na Câmara, mas também no Senado, que se queixam do ritmo de liberação de emendas. O conflito fez que o presidente da Câmara deixasse de dialogar com o ministro.

Além de Lula, outros líderes também falaram sobre diversos assuntos, mas não se aprofundaram sobre a questão orçamentária ou o pagamento de emendas, um dos temas que gera tensão entre Legislativo e Executivo.

Na residência oficial, os parlamentares se serviram com pães e frios. Também havia uísque e vinho, mas a maioria não preferiu tomar bebida alcoólica.

Antes do encontro, Padilha disse a jornalistas que a principal preocupação do governo é dar continuidade à agenda de Haddad e, por isso, era importante manter encontros informais com os parlamentares.

— O centro da conversa é a agenda do Congresso, medidas que garantem o equilíbrio orçamentário — disse Padilha.

O senador Weverton Rocha (PDT-MA) divulgou um vídeo após a reunião e avaliou que há uma boa relação entre governo e Senado.

– O presidente Lula fez um relato rápido das conquistas e principalmente da gratidão ao povo brasileiro e ao Congresso Nacional pelas matérias que tivemos a grandeza, a altivez e a responsabilidade de entregar para o Brasil. O Congresso Nacional aprovou reformas importantíssimas, desde a Reforma Tributária até o marco de garantias.

Participaram da reunião, além dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil) e Pacheco:

Jaques Wagner - PT/BA

Randolfe Rodrigues - Sem partido/AP

Renan Calheiros - MDB/AL

Eliziane Gama - PSD/MA

Efraim Filho - União/PB

Beto Fato - PT/PA

Weverton - PDT/MA

Davi Alcolumbre - União/AP

Marcelo Castro - vice-líder - MDB/PI

Veneziano Rego - MDB/PB

Omar Aziz - PSD/AM

Otto Alencar - PSD/BA

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