Fernando Haddad: candidato defendeu a implantação de um Sistema Único de Segurança Pública a partir de alterações constitucionais (Amanda Perobelli/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 17 de outubro de 2018 às 16h09.
Última atualização em 17 de outubro de 2018 às 16h38.
Em encontro com líderes evangélicos de vários segmentos, o candidato à Presidência pelo PT, Fernando Haddad, ressaltou, nesta quarta-feira, 17, sua determinação em federalizar o combate ao crime organizado, reduzir o número de homicídios, garantir a liberdade religiosa e debater temas que chamou de "delicados", como aborto e drogas. "Um presidente não pode ser eleito para impor seu ponto de vista sobre as coisas", disse.
Ao lado da mulher, Ana Estela, e da ex-governadora Benedita da Silva (PT-RJ), Haddad passou a manhã em um hotel de São Paulo conversando com integrantes das igrejas Luterana, Metodista, Anglicana, Assembleia de Deus, Presbiteriana, Batista e Betesda.
O candidato destacou que ele e a mulher seguem princípios cristãos e defendeu o Estado laico como forma de garantir a liberdade de culto.
Após o encontro, Haddad defendeu a federalização do combate ao crime organizado e metas para reduzir o número de homicídios no país.
"O combate vai ser feito pela Polícia Federal, sobretudo, [contra] as organizações que atuam em âmbito nacional e que estão deixando em situação difícil governadores que estão recebendo essas organizações agora, como é o caso do Nordeste que está sofrendo o efeito da expansão das organizações do Rio e de São Paulo para o resto do país", disse, em entrevista coletiva.
O candidato petista defendeu a implantação de um Sistema Único de Segurança Pública, a partir de alterações constitucionais. Segundo ele, há condições de aprovar a proposta. "Há ambiente para aprovar. A Constituição é muito sintética, ela tem um artigo destinado à segurança pública. Nós queremos fazer um capítulo destinado à segurança pública, criando um Sistema Único de Segurança Pública."
O candidato lamentou o elevado o número de mortes no país. "Nós já temos a polícia que mais mata e que mais morre no mundo", enfatizou.
Haddad rebateu a sugestão do adversário Jair Bolsonaro (PSL) de não processar policiais que reajam e acabem matando durante o serviço. "Essa licença para matar dificilmente vai passar pela Constituição. A Constituição não acolhe esse tipo de procedimento nem o Ministério Público."
Sobre alianças políticas, Haddad disse que "nunca fez referência específica" ao PSDB quando lançou a proposta da frente democrática. Segundo ele, sua afinidade é com o "velho PSDB", sobretudo do ex-governador Mario Covas, já falecido.
No encontro, o pastor Ariovaldo Ramos, da Frente Evangélica pelo Estado de Direito, pediu para os líderes presentes que trabalhem para combater a disseminação de informações falsas nas comunidades religiosas.
Haddad reclamou das mentiras nas redes sociais, que o atingem e também afetam sua família. "Eu fiquei muito preocupado com a onda de calúnias difamatórias que passaram a frequentar as redes sociais porque isso não vem a público de forma honesta, olho no olho", disse.