Brasil

Em posse de Lula, Dilma faz duras críticas a Moro

"As circunstâncias atuais me dão a magnífica oportunidade de trazer ao governo o maior líder político deste país", disse Dilma no Palácio do Planalto


	Dilma Rousseff: Dilma afirmou que o fato de ter sido grampeada conversando com Lula e como a divulgação da gravação são ilegais
 (Roberto Stuckert Filho / PR / Agência Brasil)

Dilma Rousseff: Dilma afirmou que o fato de ter sido grampeada conversando com Lula e como a divulgação da gravação são ilegais (Roberto Stuckert Filho / PR / Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de março de 2016 às 13h42.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff empossou nesta quinta-feira seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, como ministro-chefe da Casa Civil e, em discurso, fez duras críticas ao juiz Sérgio Moro e as ações tomadas por ele nas investigações sobre o ex-presidente.

"As circunstâncias atuais me dão a magnífica oportunidade de trazer ao governo o maior líder político deste país", disse Dilma no Palácio do Planalto, em evento que contou com a presença de vários parlamentares, tanto governistas como da oposição.

Em um clima aberto de polarização, Dilma expressou seu repúdio "total e integral" à divulgação, por parte do juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava-Jato, de áudios de uma conversa entre ela e Lula, que parecem sugerir manobras da presidente para evitar a prisão de seu novo ministro.

Dilma afirmou que o fato de ter sido grampeada conversando com Lula e como a divulgação da gravação são ilegais.

E afirmou que todo o processo será investigado para saber "quem o autorizou, por que o autorizou e por que o divulgou", quando não nada de concreto para levantar qualquer suspeita.

No áudio, gravado ontem, após a nomeação de Lula, é possível ouvir Dilma afirmando que enviará ao ex-presidente documentos que o credenciam como ministro, apesar de ainda não ter assumido o cargo. A presidente pede para ele os use "em caso de necessidade".

O governo mostrou o documento, chamado de termo de posse e que só tem a assinatura de Lula, e explicou que a única intenção era tê-lo pronto caso o ex-presidente não pudesse comparecer à cerimônia de hoje, devido a um problema de saúde sofrido por sua esposa.

Para Dilma, a divulgação das gravações tem como objetivo "provocar a sociedade brasileira com métodos escusos e criticáveis, que violam os princípios e garantias constitucionais, os direitos dos cidadãos e que abrem precedentes gravíssimos".

"Os golpes começam assim", criticou a presidente.

"O combate à corrupção no Brasil foi realizado sem nenhum obstáculo por parte do governo, mas tem que observar os direitos individuais, respeitar o papel das instituições e os princípios fundamentais, como o da presunção da inocência", indicou Dilma.

A presidente também pediu diálogo a todos que buscam o bem do Brasil e afirmou que "a atuação daqueles que não estão do lado da verdade não terão força política para provocar o caos".

Sobre a tensão do clima político e as tentativas da oposição para dar sequência ao processo de impeachment no Congresso, Dilma disse que "os gritos dos golpistas não vão mudar os rumos do governo e não colocarão nosso povo de joelhos".

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffLuiz Inácio Lula da SilvaOperação Lava JatoPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresSergio Moro

Mais de Brasil

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final