Damares: reportagem da revista Época revelou que a ministra não adotou legalmente sua filha (YouTube/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 31 de janeiro de 2019 às 17h58.
São Paulo — O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos emitiu nota comentando a matéria da revista Época sobre Lulu Kamayurá, criada como filha pela ministra Damares Alves.
A nota diz que a ministra "não estava presente no processo de saída de Lulu da aldeia" e nega que a menina tenha sido "arrancada dos braços dos familiares".
Segundo a pasta, Lulu "saiu com total anuência de todos" para passar por cuidados ortodônticos e para estudar em Brasília.
A nota define Damares como "cuidadora de Lulu" e afirma que a ministra a "considera uma filha".
Lulu tem hoje 20 anos de idade. Segundo a reportagem, índios do Xingu, no norte de Mato Grosso, alegam que Damares retirou Lulu da aldeia de maneira irregular quando a menina tinha seis anos de idade.
Veja a nota na íntegra:
"Sobre as repercussões relacionadas à matéria da revista Época no processo de adoção de Lulu Kamayurá, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos esclarece os seguintes pontos:
1. A ministra Damares Alves não estava presente no processo de saída de Lulu da aldeia. As duas se conheceram em Brasília.
2. Lulu não foi arrancada dos braços dos familiares. Ela saiu com total anuência de todos e acompanhada de tios, primos e irmãos para tratamento ortodôntico, de processo de desnutrição e desidratação. Também veio a Brasília estudar.
3. Damares é uma cuidadora de Lulu e a considera uma filha. Como não se trata de um processo de adoção, e sim um vínculo socioafetivo, os requisitos citados pela reportagem não se aplicam. Ela nunca deixou de conviver com os parentes, que ainda moram em Brasília.
4. Lulu não foi alienada de sua cultura e passou por rituais de passagem de sua tribo.
5. Lulu não é pessoa pública. É maior de idade. Não foi sequestrada. Saiu da aldeia com familiares, foi e é cuidada por Damares com anuência destes. Nenhum suposto interesse público no caso deveria ser motivo para a violação do direito a uma vida privada, sem tamanha exposição"