ANTONIO ANASTASIA: quanto menos Aécio e Alckmin, melhor / (Adriano Machado/Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2018 às 06h46.
Última atualização em 18 de setembro de 2018 às 07h04.
A 19 dias das eleições, a campanha eleitoral em Minas Gerais é uma das mais nacionalizadas do país por reunir os dois candidatos à presidência em 2014: a petista Dilma Rousseff e o tucano Aécio Neves.
Dilma lidera a corrida ao Senado com 26% das intenções de voto, e só ontem teve o registro de candidatura deferido pelo Tribunal Regional Eleitoral, por quatro votos a três. A vitória veio com o voto de desempate, do desembargador Pedro Bernardes, que considerou a ex-presidente elegível apesar de ter sofrido o impeachment há dois anos. A dúvida era se Dilma deveria ficar inelegível, como manda a lei, ou poderia concorrer, conforme decisão sui generis do Senado. Prevaleceu esta segunda visão.
Aécio, por sua vez, desistiu de tentar reeleição ao Senado por uma candidatura mais segura à Câmara. Ele precisa de cerca de 80.000 votos para se reeleger, mas segundo aliados estabeleceu a meta de ser o deputado mais votado do estado para cimentar uma volta por cima a Brasília. Para isso, sua campanha foca as ações de Aécio à frente do governo de Minas, e dá prioridade aos rincões onde o senador, na teoria, tem a imagem menos desgastada.
A eleição é caso de vida ou morte para Aécio, alvo de oito processos no Supremo Tribunal Federal. No mais emblemático deles, responde por ter, segundo a delação de Joesley Batista, da JBS, soliticado 2 milhões de reais para pagar advogados. O áudio está gravado e tem frases capazes de acabar com a carreira política do senador.
A disputa pelo governo de Minas, o segundo maior colégio eleitoral do país, também coloca frente à frente PT e PSDB. Ontem, o Ibope divulgou uma nova pesquisa, mostrando uma liderança folgada para Antonio Anastasia (PSDB), que passou de 31% para 33% em uma semana. Fernando Pimentel (PT) ficou em 22%; Romeu Zema, do Novo, manteve os 7%.
No plano nacional, os mineiros, que foram decisivos para a derrota de Aécio em 2014, podem voltar a soterrar uma candidatura tucana: Alckmin tem apenas 3% das intenções de voto no estado. Nas últimas eleições, quem levou em Minas levou também no Brasil. Por essa ótica, Alckmin está em apuros. Anastasia, por sua vez, para se manter na ponta, segue a estratégia de “esconder” sua ligação tanto com Aécio quanto com Alckmin. No melhor estilo mineiro.