Presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de entrega de 151 máquinas para municípios de Minas Gerais, em Contagem (Roberto Stuckert Filho/PR)
Da Redação
Publicado em 7 de abril de 2014 às 20h25.
São Paulo - Após a queda na pesquisa Datafolha e diante de um cenário eleitoral cada vez mais acirrado com os ataques e denúncias da oposição, a presidente Dilma Rousseff retomou nesta segunda-feira, 07, o tom político ausente em seus discursos recentes e rebateu críticas dos adversários em evento encerrado no início da noite em Contagem (MG).
Sem se referir diretamente às denúncias contra a Petrobras e contra o vice-presidente da Câmara, deputado André Vargas (PT-PR), Dilma afirmou que "é usual em pré-campanha e em campanha que haja uso de todos os instrumentos possíveis para desgastar governo", disse. "Nós temos experiência disso. Já enfrentamos isso em 2006, na reeleição do Lula, e em 2010, na minha eleição", afirmou.
A Petrobras será investigada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar, entre outras denúncias, a compra da refinaria de Pasadena, na Califórnia (EUA) e Vargas, que se afastou nesta segunda do Congresso e do mandato por 60 dias, é acusado de ter relações com o doleiro Alberto Yousseff, preso pela Polícia Federal na operação Lava Jato.
A presidente afirmou que o governo dela "continuará governando e mantendo caráter republicano" e encerrou o discurso com um recado aos adversários: "não iremos recuar um milímetro da disputa política quando ela aparecer".
Campanha
Dilma estava acompanhada do ex-ministro do Desenvolvimento Fernando Pimentel, provável candidato ao governo de Minas Gerais pelo PT, numa estratégia para dar visibilidade aos nomes do partido às disputas em Estados estratégicos.
Nos três últimos eventos em São Paulo, para a entrega de casas do programa Minha Casa Minha Vida - em São José dos Campos, Bauru e São José do Rio Preto - a presidente esteve ao lado do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, nome que deve ser apontado pelo PT para concorrer ao governo paulista.
Os dois Estados são redutos do principal inimigo político petista, o PSDB. Ainda no evento em Contagem, o prefeito de Joaíma (MG), Donizete Lemos (PT), pediu apoio aberto aos prefeitos à reeleição de Dilma, independente de partidos. "A Dilma governa para todos e não escolhe partidos (...) tem de continuar, Dilma", concluiu Lemos. A presidente procurou reduzir o tom político do evento. "Este é um evento de governo".