Chinaglia: ele chegou a comparar seu adversário com ex-senador Demóstenes Torres (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2015 às 15h34.
Brasília - Candidato à presidência da Câmara, o deputado Arlindo Chinaglia não faz qualquer menção a seu partido, o PT, em seu material de campanha.
O parlamentar tampouco usa o tradicional vermelho de sua sigla no encarte, que adota as cores branca, amarela, azul e verde.
Chinaglia, que tem acusado seu principal adversário, o líder do PMDB Eduardo Cunha (RJ), de se valer do clima pós-eleitoral para se beneficiar de um sentimento antipetista no Legislativo, não faz nenhuma menção ao PT nos textos que compõem o folder.
No encarte impresso pela campanha de Cunha, o PMDB é citado quatro vezes no trecho que detalha sua atuação parlamentar.
A disputa pelo comando da Casa para o próximo biênio opõe as duas principais legendas da base de sustentação da presidente Dilma Rousseff no Congresso.
Cunha é considerado um candidato de "oposição" pelo Palácio do Planalto, que mobilizou ministros com trânsito no Congresso para tentar derrotá-lo.
A disputa conta ainda com um terceiro candidato, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).
Apesar disso, o peemedebista é visto hoje como favorito para vencer a eleição, que acontece em 1º de fevereiro.
A campanha tem sido marcada por troca de farpas entre o petista e o peemedebista.
Cunha alega que Chinaglia representa a "submissão" aos interesses do governo e Chinaglia chegou a comparar seu adversário com o ex-senador Demóstenes Torres, cassado por envolvimento com o esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira.
Promessas
Em seu material de campanha, Chinaglia faz ainda promessas eleitorais que beneficiam os parlamentares, como o reajuste da verba de gabinete, a construção de um novo anexo para acomodar os escritórios dos parlamentares e a equiparação salarial dos deputados com os ministros do Supremo Tribunal Federal.
Estas duas últimas promessas também fazem parte da plataforma de Cunha.
Chinaglia não se compromete, no entanto, com a aprovação do chamado Orçamento Impositivo, mecanismo pelo qual o governo é obrigado a executar as emendas parlamentares individuais.
Sobre o tema, o petista alega que "os órgãos técnicos da Casa garantirão a efetiva implementação do ciclo orçamentário das emendas parlamentares".
Na mensagem de apresentação, Chinaglia afirma que é preciso garantir "uma Câmara democrática, sem imposições externas ou até mesmo internas, para desempenharmos o nosso papel, legitimados pela vontade popular".
"Os cargos e as posições de cada um podem nos dar tarefas diferentes, mas não superioridade de um sobre o outro", defende.