Temer: Padilha disse que o governo não descartou tentar votar a proposta na próxima semana (Adriano Machado/Reuters)
Reuters
Publicado em 30 de novembro de 2017 às 15h58.
Brasília - O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse nesta quinta-feira que o jantar do presidente Michel Temer com lideranças partidárias da Câmara dos Deputados, previsto para ocorrer no domingo, terá como objetivo avaliar as dificuldades do governo para votar a nova versão da reforma da Previdência.
"Possivelmente o que vai se ter (no jantar) é uma aferição das dificuldades que, por ventura, restaram após o enxugamento que foi feito no texto da Previdência. A esperança do governo é que a gente consiga ter o placar no momento que é antes do encerramento deste anolegislativo", afirmou a jornalistas.
Temer vai participar de um jantar na residência oficial da Câmara promovido pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com líderes e presidentes de partidos da base.
Padilha disse que o governo não descartou tentar votar a proposta na próxima semana, mesmo diante da constatação feita por líderes partidários da Câmara de que não pretendem apreciar a matéria.
Segundo o ministro, o governo trabalha para votar a proposta "com a maior brevidade possível", mas ressalvou que cabe a Maia e ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), definir a pauta de votações do Congresso e saber "o momento certo"de se colocar o assunto em votação.
O ministro reafirmou que o Palácio do Planalto não vai apoiar que se façam novas concessões ao texto recém-apresentado pelo deputado Arthur Maia (PPS-BA), relator da proposta. Ele repetiu que o governo chegou "no osso" e "não tem mais condições de cortar".
"O governo não vai analisar mais nenhuma modificação a partir do texto que foi produzido pelo relator Arthur Maia", destacou.
O ministro disse que Temer vai conversar com o governador de São Paulo e provável futuro novo presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, no sábado sobre o momento em que os ministros tucanos vão deixar o governo. Na véspera, ele havia dito em entrevista coletiva que o PSDB não é mais da base de sustentação do governo.
Os tucanos -que detém no momento três ministérios na Esplanada- devem confirmar no próximo dia 9 a saída do governo.
Questionado se o apoio à reforma da Previdência por Alckmin poderia se converter no apoio do PMDB à candidatura presidencial dele, Padilha não respondeu diretamente. Disse que o PMDB e os partidos da base têm um projeto de poder para 2018 e que considera, de forma "absolutamente justa" que o PSDB e Alckmin tenham um projeto que eles possam defender.
"Nós compreendemos, é compreensivo, e de outra parte também se espera que haja compreensão com o PMDB e os demais partidos da base do governo", disse ele, em entrevista antes de evento que marcou encerramento da versão imprensa do Diário Oficial da União.