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Em jantar com Lula, caciques do MDB indicam que podem tentar barrar Tebet

Encontro aconteceu na casa do ex-presidente do Senado Eunício Oliveira, em Brasília

A senadora Simone Tebet durante sessão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado  para votação do projeto de lei (PLS 166/2018) que altera o Código de Processo Penal para disciplinar a prisão após a condenação em segunda instância. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A senadora Simone Tebet durante sessão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado para votação do projeto de lei (PLS 166/2018) que altera o Código de Processo Penal para disciplinar a prisão após a condenação em segunda instância. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 12 de abril de 2022 às 08h31.

Caciques do MDB que se reuniram com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na noite desta segunda-feira, em Brasília, indicaram que podem tentar barrar a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência, na convenção da sigla, que deve ocorrer até o início de agosto. Pelas regras da Justiça Eleitoral, um candidato precisa ter aval da maioria do partido para poder concorrer.

Ainda pouco conhecida dos eleitores, Tebet tenta se viabilizar como nome da chamada terceira via na corrida pelo Palácio do Planalto, mas sofre resistência de uma ala do próprio partido, que tenta rifá-la da disputa para que o partido possa compor a aliança de Lula. O MDB, no entanto, fechou acordo com o União Brasil e o PSDB para lançar uma candidatura única, a ser anunciado no dia 18 de maio.

O apoio do MDB a Lula é defendido principalmente por caciques do Nordeste, que tentam colar no ex-presidente para colher frutos eleitorais. Dos 13 senadores da legenda, cinco estiveram com o petista em jantar oferecido pelo ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (CE).

— Há uma tendência natural de não irmos novamente para um suicídio político. Nós fomos de (Henrique) Meirelles em 2018 quando nós sabíamos que ele não tinha a menor condição eleitoral — afirmou Eunício, lembrando da candidatura do ex-ministro da Fazenda de Michel Temer, que ficou em sétimo na disputa, com 1,2% dos votos.

O Eunício completou:

— Se não for uma candidatura viável, não tenho dúvidas que os diretórios vão derrubar na convenção.

Segundo ele, 14 dos 27 diretórios regionais da sigla são contrários à candidatura própria.

O senador Renan Calheiro (MDB-AL), foi na mesma linha ao indicar que a maioria do partido pode não dar aval à Tebet:

— Quem vai decidir o que o MDB vai fazer não é o presidente do partido nem um senador. Quem vai decidir o que o MDB vai fazer é a convenção — afirmou Renan.

Atrito

Antes mesmo do encontro, o gesto político de deferência a Lula criou um atrito com a direção do MDB. O presidente da legenda, Baleia Rossi (SP), negocia que Tebet receba o apoio do União Brasil e do PSDB como candidata única da chamada terceira via na disputa pelo Palácio do Planalto. À tarde, quando a reunião já havia se tornado pública, Rossi fez questão de marcar uma posição.

“O MDB é um partido democrático. Toma as decisões por maioria, e respeita as minorias. Há meses, mesmo com diferenças regionais, há uma ampla maioria formada a favor da candidatura própria”, escreveu.

A interlocutores, Baleia Rossi trata o movimento dos emedebistas como pouco relevante para a escolha do partido no plano nacional. Além de integrantes do MDB, o encontro também contou com lideranças de outras legendas. Estiveram no jantar Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Omar Aziz (PSD-AM) e Acir Gurgacz (PDT-RO).

No jantar também esteve Jader Barbalho (PA), cujo filho trabalha pela pré-campanha de Tebet. Apesar da boa relação de Jader com Lula, o governador Hélder Barbalho está alinhado ao projeto de Baleia Rossi.

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