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Em gravação de 2014, Cristiane Brasil ameaça servidores, diz TV

Programa Fantástico, da TV Globo, teve acesso ao áudio de uma reunião convocada pela parlamentar, em 2014

Cristiane, a servidores: "se eu perder a eleição de deputada federal, no dia seguinte, eu perco a Secretaria. No outro dia, vocês perdem o emprego" (Ananda Borgea/Divulgação)

Cristiane, a servidores: "se eu perder a eleição de deputada federal, no dia seguinte, eu perco a Secretaria. No outro dia, vocês perdem o emprego" (Ananda Borgea/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de fevereiro de 2018 às 06h40.

São Paulo - A deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), que tenta há um mês ser confirmada como titular do Ministério do Trabalho, foi flagrada ameaçando servidores públicos para conseguir votos na sua campanha à Câmara dos Deputados, em 2014.

O programa Fantástico, da TV Globo, teve acesso ao áudio de uma reunião convocada pela parlamentar, em 2014.

Na época, Cristiane era vereadora licenciada e ocupava a Secretaria Especial do Envelhecimento Saudável e da Qualidade de Vida na gestão Eduardo Paes (MDB) na capital fluminense. Ao mesmo tempo, tentava se eleger deputada federal pelo PTB.

Para o encontro, cerca de 50 servidores públicos e prestadores de serviço da pasta foram chamados. Na gravação, Cristiane cobra empenho da equipe para conseguir votos e diz que o emprego deles depende de sua vitória eleitoral. "Se eu perder a eleição de deputada federal - eu preciso de 70 mil votos -, no dia seguinte, eu perco a Secretaria. No outro dia, vocês perdem o emprego", afirma, na conversa obtida pela Globo.

Cristiane prossegue na tentativa de convencer os servidores a buscar votos para ela, segundo a gravação: "Se cada um no âmbito familiar me trouxer 30 fidelizados.. Pô, tu é minha mãe, se tu não votar nela, eu perco o emprego. Olha que poder de convencimento essa frase tem. Para o marido: meu querido, vai querer comprar minhas calcinhas? Então me ajude".

A assessoria de Cristiane afirmou à TV que a deputada desconhece o conteúdo da gravação e não sabe em qual circunstância foi realizada. A deputada alegou que "jamais infringiu qualquer norma ética ou jurídica relacionada às eleições". Segundo o Fantástico, ela se recusou a ouvir o áudio durante as três semanas de apuração da reportagem.

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