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Em grampo da PF, doleiro trata deputado como 'chefe'

Fayed Treboulsi trata o deputado Waldir Maranhão como "chefe" em conversa telefônica interceptada pela Operação Miquéias

Waldir Maranhão durante discurso na Câmara: deputado é citado em uma das escutas da Operação Miquéias (Reprodução)

Waldir Maranhão durante discurso na Câmara: deputado é citado em uma das escutas da Operação Miquéias (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2013 às 19h55.

Brasília - Apontado pela Polícia Federal como líder de um esquema criminoso, o doleiro Fayed Treboulsi trata o deputado federal Waldir Maranhão (PP-MA) como "chefe" em conversa telefônica interceptada pela Operação Miquéias. A operação descobriu uma quadrilha que direcionava recursos de fundos de pensão estadual e municipal para investimentos desvantajosos.

No diálogo, em 21 de novembro de 2012, o deputado orienta Fayed, a quem chama de "meu irmão", a procurar o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal, também do PP, para que tenham um "conversa social". "Deixa eu lhe dizer, amanhã quem vai estar aqui é o Bernal, lá de Campo Grande. Já teve com ele, né?..Se você tiver um tempinho, à noite, eu acho que vale a pena convidá-lo para ter uma conversa social, tá?...Eu vou te passar logo o telefone dele porque um convite seu é diferente, viu?" Por meio da assessoria, o prefeito afirmou que não conhece Fayed.

Ao final da conversa, o deputado avisa a Fayed que "Marabá está fechado". Fayed responde: "Beleza, o meu pessoal está lá." O deputado encerra a ligação: "Tá fechado lá. Agora só as providências." No diálogo, a PF trata o deputado por HNI (Homem Não Identificado). A assessoria do deputado confirmou, no entanto, que celular registrado na conversa é de Waldir Maranhão. Procurado, o deputado não ligou de volta para o Grupo Estado. Nesta quinta-feira, 03, a Justiça encaminhou o inquérito para o Supremo Tribunal Federal (STF) devido à suposta participação de deputados.

Maranhão

Relatório de inteligência da PF, ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, revela, ainda, que a quadrilha atuava no Maranhão. Manoel Felipe do Rego Brandão, ex-servidor do Ministério da Fazenda, "teria oferecido facilidades de acesso ao instituto de previdência do Município de São Luís". Conforme a PF, Brandão "atua como lobista, intermediando contatos entre os membros da organização criminosa e políticos".

A PF apurou irregularidades nos regimes próprios de Previdência Social das seguintes prefeituras: Manaus/AM, Ponta Porã/MS, Murtinho/MS, Queimados/RJ, Formosa/GO, Caldas Novas/GO, Cristalina/GO, Águas Lindas/GO, Itaberaí/GO, Pires do Rio/GO, Montividiu/GO, Jaru/RO, Barreirinhas/MA, Bom Jesus da Selva/MA, Santa Luzia/MA.

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