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Em evento com Lula, Zema diz que está disposto a dialogar com presidente pelos problemas de MG

Os dois políticos participaram de evento em Belo Horizonte, em que um pacote de investimentos foi anunciado

Romeu Zema, governador de Minas Gerais (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Romeu Zema, governador de Minas Gerais (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Agência o Globo
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Publicado em 8 de fevereiro de 2024 às 17h32.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2024 às 17h53.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta quinta-feira que está disposto a dialogar com o presidente Lula (PT) para resolver os problemas do estado.

A declaração foi dada durante evento em Belo Horizonte, na capital de Minas Gerais, na qual o presidente esteve presente para anunciar investimentos do governo federal. Ao final do discurso, a plateia entoou gritos de "Fora, Zema".

"Dou as boas-vindas ao senhor em sua primeira visita neste mandato. Em toda a minha vida de trabalho, primeiro como funcionário e depois como empresário e agora nesses cinco anos como governador aprendi a trabalhar com quem pensa diferente. (...) As críticas são muito naturais, as pessoas pensam diferente e nós governantes temos de aprender a conviver com essas diferenças", afirmou o governador. Na solenidade, os dois sentaram lado a lado e chegaram a cochichar no ouvido um do outro.

Em seguida, Zema disse estar "muito satisfeito" com a visita de Lula no estado e voltou a falar sobre deixar as diferenças de lado:

"Para melhorar a vida dos mineiros, temos muito de conversar. Vou entregar para o senhor uma lista de ações e obras emergenciais que dependem do governo federal e que nós mineiros ansiamos por solução (...) Aprendi que podemos pensar diferente, o que é normal, mas a boa convivência sem extremismos em uma conversa transparente e republicana é o que vai fazer a vida dos mineiros melhorar", disse Zema.

Por sua vez, Lula deu créditos ao governador pelos investimentos anunciados nesta manhã e ainda afirmou não fazer "diferença de tratamento" entre governadores e prefeitos:

"O que nós vamos apresentar tem o dedo do governador e do povo de Minas, tem o dedo do prefeito Fuad e dos parlamentares. O que a gente vai anunciar não é um pensamento do governo federal, é o resultado do compartilhamento de uma política pública que devemos adotar no país porque o papel do presidente da República não é ficar preocupado a que partido pertence o governador, mas ficar preocupado com o povo do estado que elegeu seu governador", disse.

O presidente ainda fez piada sobre o tema.

"Eu nunca vou pedir para um governador gostar mais de mim ou menos de mim. Eu já sou casado, tá ali a Janjinha. Dois políticos podem ser de partidos diferentes, torcer aqui em Minas Gerais para times diferentes: sei que a maioria é atleticana, mas eu torço para o Cruzeiro", disse.

Antes de Lula, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) havia discursado. Em sua fala, o senador exaltou a harmonia entre o poder Legislativo e o Executivo.

"Queria também dizer que hoje há uma boa harmonia que buscamos estabelecer entre o Legislativo e o Executivo que foi demonstrado ao longo de 2023. (...) Entregamos inúmeras realizações do ponto de vista nacional, inclusive a reforma tributária. Em uma representação de maturidade política, o Poder Executivo representado por Lula, e o Legislativo, por nós, foi capaz", disse Pacheco, que também solicitou um "olhar especial" por parte do chefe do Executivo com Minas Gerais e pregou a união entre todos os políticos para resolver a questão da dívida pública, hoje avaliada em R$ 165 bilhões.

O presidente foi recebido com gritos de "olé, olé, olá, Lula, Lula, Lula". Já Zema, teve o início de seu discurso com manifestação da plateia de "Vacina sim, vacina sim". Trata-se de uma reação a um posicionamento recente do chefe do Executivo mineiro que, recentemente, desobrigou a apresentação do cartão de vacinação no ato de matrícula nas escolas estaduais.

Além do governador, estiveram presentes o prefeito Fuad Noman (PSD), que é postulante a reeleição, e outros quatro pré-candidatos à prefeitura: os deputados federais Rogério Correia (PT) e Duda Salabert (PDT), o ex-vice-governador Paulo Brant (PSB), e a deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL).

Na manhã desta quinta, em entrevista à rádio Itatiaia, Lula afirmou que afirmou que não precisa "ser amigo" de Zema, mas deve ser parceiro do governador "pelo povo mineiro".

"Fui eleito para governar para todos os brasileiros. Fomos todos eleitos pelo povo, com o compromisso de melhorar a vida das pessoas. O governador não precisa gostar de mim. Não precisamos ser amigos, precisamos ser parceiros, por Minas e pelo povo mineiro. O governador Zema foi convidado para o evento, da mesma forma que foi várias vezes convidado para ir a Brasília defender os interesses do estado", disse o presidente.

O presidente foi a Minas acompanhado de dez ministros que estiveram ao seu lado no palanque e prestaram contas de seus ministérios. São eles Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Camilo Santana (Educação), Nísia Trindade (Saúde), Renan Filho (Transportes), Esther Dweck (Gestão e Inovação), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Marcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social).

Lula chegou em Belo Horizonte na tarde desta quarta-feira e foi recebido pelo prefeito Fuad Noman e pelo vice-governador Matheus Simões (Novo). Segundo a colunista Bela Megale, o presidente jantou com um grupo de aliados para discutir o cenário econômico do estado. Após o evento, o presidente volta a Brasília no início desta tarde.

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