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Diante de crise no Rio, COI adianta R$ 100 mi para Olimpíada

Em esforço para ajudar o Rio de Janeiro a realizar as Olimpíadas, comitê internacional antecipou o pagamento de R$ 100 milhões para as obras


	Rio de Janeiro: socorro do COI foi feito sob garantia de que o poder público também vai acelerar investimentos na infraestrutura
 (Thinkstock)

Rio de Janeiro: socorro do COI foi feito sob garantia de que o poder público também vai acelerar investimentos na infraestrutura (Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2016 às 07h30.

Genebra - Em um esforço para ajudar o Rio de Janeiro a completar as obras necessárias para os Jogos Olímpicos que começam em menos de dois meses, o Comitê Olímpico Internacional (COI) antecipa pagamentos de cerca de R$ 100 milhões para que os organizadores locais possam acelerar obras e atender aos pedidos das federações internacionais.

Daqui a 30 dias, algumas das delegações estrangeiras já estarão desembarcando na cidade.

Conforme o jornal O Estado de S.Paulo revelou há duas semanas, o COI havia chegado a um acordo para resgatar parte dos Jogos Olímpicos, antecipando a transferência de recursos que seriam dados ao Rio somente com o início do evento.

Mas diante da crise financeira declarada pelo Estado, da recessão no Brasil, da baixa venda de entradas e ainda dos atrasos em algumas obras, um acordo foi fechado para garantir abastecimento de recursos.

Segundo o Comitê Organizador do Rio-2016, cerca de US$ 30 milhões foram acordados para que cubram parte dos problemas financeiros.

Nas últimas semanas, os organizadores receberam uma série de solicitações de federações esportivas, pouco satisfeitas com as instalações, pedindo modificações ou garantias até de abastecimento de energia no Rio.

Esse dinheiro viria de pagamentos que estavam sendo programados para que fossem feitos apenas no dia 5 de agosto, na abertura da competição.

Neste dia, um total de US$ 165 milhões (R$ 563,6 milhões) entrariam nas contas do Rio-2016, segundo dados obtidos pelo jornal O Estado de S.Paulo com membros do COI.

Em reuniões fechadas, a entidade indicou que estava disposta a cooperar com o Brasil. Mas até em conversas com o presidente interino Michel Temer, o COI chegou a questionar o destino do dinheiro aplicado nos Jogos até agora.

De um planejamento total de transferência de US$ 731 milhões (R$ 2,4 bilhões) ao Rio, o Comitê Olímpico Internacional já havia repassado cerca de US$ 436 milhões desde 2009.

Outros US$ 295 milhões chegariam ao Rio-2016 entre agosto e dezembro. Além dos US$ 165 milhões no dia da abertura da Olimpíada, outros US$ 80 milhões seriam doados no dia 30 de agosto e mais US$ 50 milhões até o fim de dezembro.

Socorro

A contribuição do COI, porém, apenas veio diante da promessa de que recursos públicos do País também seriam acelerados para arcar com partes das obras em áreas que haviam sido acordadas previamente: geração de energia, segurança e transporte público.

Na última sexta-feira, o governo do Estado do Rio de Janeiro decretou "estado de calamidade pública" e, assim, passará a ter acesso a recursos federais.

O Comitê Rio-2016 garante que foi informado da decisão, anunciada pelo governador em exercício, Francisco Dornelles, apenas quando o decreto foi publicado oficialmente e que não participou das reuniões que precederam a tomada de decisão.

Na última terça-feira, Michel Temer esteve com sua comitiva no Rio para visitar parte do complexo olímpico. O COI, por meio de seus dirigentes e assessores, se recusou a comentar a iniciativa ou o decreto de calamidade anunciado pelo governo estadual.

Os organizadores ainda negociam com empresas estatais brasileiras para que elas possam bancar parte da festa de abertura dos Jogos, assim como a cerimônia de encerramento, marcada para o dia 21 de agosto.

No dia 5 do mesmo mês, o tema escolhido para mostrar o País ao mundo será "a história do povo brasileiro". A procura de ingressos para as duas cerimônias foi grande.

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