Michelle Bolsonaro: futura primeira-dama destacou o trabalho que já faz com a comunidade surda, da qual é ativista, e disse que gostaria de realizar missões no sertão do País (Reprodução/YouTube)
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de outubro de 2018 às 21h04.
Brasília - A futura primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, afirmou em entrevista à TV Record que pretende atuar em prol das pessoas com deficiência, principalmente a auditiva. Ela disse acreditar que seu marido, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, será capaz de pacificar o País e contou que as polêmicas em que ele se envolveu ao longo da sua atuação no Congresso Nacional a afetaram diretamente.
"Eu ainda não sei como será, procuro viver um dia de cada vez. Mas eu agradeço a Deus pela oportunidade, e se Deus nos abençoar, eu quero fazer a diferença. Não faço ideia de como será, mas eu tenho muito desejo no coração, muita vontade, muito amor para lutar pelo que eu acredito", afirmou durante a entrevista, que foi a sua primeira para uma emissora de televisão.
Sobre o futuro governo do marido, Michelle afirmou que Bolsonaro "só quer segurança e o ser humano só respeita o que ele teme". "Ele não quer afundar o Brasil. Pelo contrário, ele quer erguer o Brasil", disse.
Michelle destacou o trabalho que já faz com a comunidade surda, da qual é ativista, e disse que gostaria de realizar missões no sertão do País. "O Brasil é muito rico, só é mal administrado", disse.
Questionada sobre as polêmicas em que Bolsonaro se envolveu aos longos dos anos e, principalmente durante a campanha eleitoral, a futura primeira-dama disse que se blindou contra elas porque se sentia afetada diretamente. "Ver que ele é tachado e mal interpretado, muitas vezes me doía. Por isso que eu me blindei. ... Eu me blindo para não sofrer", disse.
Michelle contou ainda que, quando Bolsonaro sofreu o atentado em que levou uma facada durante um ato de campanha ainda no primeiro turno, ela não sentiu medo de perdê-lo, mas afirmou que sua recuperação foi um "milagre". Ela também chamou o autor do ataque, Adélio Bispo dos Santos, de um "ser humano muito mau".
"Em todo o momento, eu tive muita fé em Deus. O primeiro momento foi de tristeza porque ele não merecia passar por aquela situação, mas não tínhamos medo de perdê-lo", disse.
Nascida em Ceilândia, região administrativa de Brasília, Michelle é evangélica fervorosa. Em diversos momentos da entrevista, ela atribuiu fatos de sua vida a Deus. Ela e Bolsonaro se conheceram no Congresso Nacional, onde ela trabalhava como assessora parlamentar e ele é deputado. Os dois se casaram há 11 anos e têm uma filha de 8, chamada Laura. Michelle tem ainda uma outra filha fruto de um relacionamento anterior, assim como Bolsonaro tem quatro filhos de outros dois relacionamentos.
Na entrevista, ela também contou alguns detalhes da vida familiar, como o episódio em que Bolsonaro desfez uma vasectomia que havia feito antes de se conhecerem para que pudessem ter filhos. Para ela, a operação foi uma "prova de amor". A mulher classificou o marido como "carinhoso" e "atencioso com a família" mas disse que ele é "muito desorganizado em casa" e que a tira do sério quando prepara o café da manhã por causa da bagunça que deixa na cozinha.