Roberto Barroso: ministro defendeu eleições e disse que não deve haver volta ao passado (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reuters
Publicado em 17 de fevereiro de 2022 às 13h01.
Última atualização em 17 de fevereiro de 2022 às 13h48.
Em seu discurso de despedida à frente da presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro Luís Roberto Barroso voltou a criticar nesta quinta-feira ações tomadas pelo presidente Jair Bolsonaro para desacreditar o sistema de votação.
Barroso comparou a atuação de Bolsonaro a uma "repetição mambembe" do que fez Donald Trump, presidente dos Estados Unidos que foi derrotado em sua tentativa dereeleição e que disse — sem apresentar provas — que teria havido fraudes no pleito daquele país.
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Em sua fala, Barroso afirmou que houve uma discussão "requentada" sobre a adoção do voto impresso das urnas eletrônicas que só tinha como objetivo tumultuar o processo eleitoral.
"Aqui no Tribunal Superior Eleitoral procuramos fazer a nossa parte na resistência aos ataques à democracia. Aliás, uma das estratégias das vocações autoritárias, em diferentes partes do mundo, é procurar desacreditar o processo eleitoral, fazendo acusações falsas e propagando o discurso de que, se eu não ganhar, houve fraude", disse Barroso.
"Trata-se de repetição mambembe do que fez Donald Trump nos Estados Unidos, procurando deslegitimar a vitória inequívoca do seu oponente e induzindo multidões a acreditar na mentira", acrescentou.
O magistrado deixa o comando da Corte na próxima semana para o ministro Edson Fachin.