USP: previsão é de arrecadar ao menos R$ 15 milhões com os imóveis
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de outubro de 2016 às 06h43.
São Paulo - A Universidade de São Paulo (USP) informou que abriu concorrência pública para a venda de sete imóveis localizados na capital paulista, dois deles em Itaquera, dois na Cidade Líder, um na Vila Mariana, outro na Vila Paulista e mais um conjunto comercial com 28 vagas em garagem em Santo Amaro.
A previsão é de arrecadar ao menos R$ 15 milhões com os imóveis, a maior parte (R$ 13,5 milhões) com o conjunto comercial. Os valores arrecadados devem ser absorvidos pelo orçamento da instituição.
A USP passa por uma forte crise financeira. No início deste mês a universidade atualizou sua revisão orçamentária e prevê encerrar o ano de com déficit de R$ 659,9 milhões, valor R$ 116 milhões maior do que o previsto no orçamento aprovado em dezembro do ano passado.
A universidade já reduziu as despesas com custeio e investimento de 48,2% e, na folha de pagamento, economizou 12,7%, em relação a 2013. A estimativa é menor do que a divulgada em julho deste ano, quando a instituição esperava encerrar 2016 com um déficit de R$ 868 milhões.
PDV
Em setembro, a universidade divulgou no Diário Oficial do Estado a lista dos servidores classificados a participar de mais um Programa de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV), com 397 nomes. Para evitar problemas no atendimento dos hospitais atendidos pela instituição, médicos, enfermeiros, e profissionais de enfermagem não puderam participar do programa.
O gasto com o plano será limitado a R$ 118,3 milhões - valor remanescente do primeiro programa, aprovado em 2014 que teve adesão de 1.433 servidores e no qual foram gastos R$ 281 milhões. Serão dispensados 160 servidores de funções de nível básico, 132 de nível técnico e 105 de nível superior.
Para fechar as contas, a USP vem usando reservas bancárias desde junho de 2012 e viu o saldo de sua poupança despencar de R$ 3,61 bilhões para R$ 1,3 bilhão, no fim do ano passado. A previsão no plano orçamentário plurianual previa que os cofres praticamente zerariam até 2018.
O principal gasto da instituição é com a folha de pagamento. Em setembro, esses gastos consumiram 105,85% do orçamento da universidade, patamar semelhante aos outros meses do ano. Pelo mesmo motivo, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) já havia reprovado por unanimidade a prestação de contas de 2013 da universidade.