Brasil

Em carta, Teixeira diz ter sido subvalorizado na CBF

Ricardo Teixeira avalia que deixa presidência da CBF "com a sensação do dever cumprido"

Na carta, o dirigente cita diversas conquistas dos 23 anos em que esteve à frente da entidade (Harold Cunningham/Getty Images)

Na carta, o dirigente cita diversas conquistas dos 23 anos em que esteve à frente da entidade (Harold Cunningham/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de março de 2012 às 18h35.

Rio - Agora ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira acredita que o seu trabalho à frente da Confederação foi subvalorizado. Na carta endereçada a José Maria Marín, lida pelo novo mandatário da entidade, o cartola que dirigiu o futebol brasileiro por 23 anos demonstrou mágoa pelas críticas recebidas durante quase toda a sua gestão.

"Fui criticado nas derrotas e subvalorizado nas vitórias. Futebol em nosso país é sempre automaticamente associado a duas imagens: talento e desorganização. Quando ganhamos, despertou o talento. Quando perdemos, imperou a desorganização", escreveu Teixeira, que classificou com "injustos" os ataques contra ele.

O dirigente também valorizou o seu empenho à frente da CBF. "Presidir paixões não é tarefa fácil. Fiz, nestes anos, o que estava ao meu alcance, sacrificando a saúde, renunciando ao insubstituível convívio familiar. Ser presidente da CBF durante todos esses anos representou na minha vida uma experiência mágica. Nada maculará o que foi construído com sacrifício, renúncia e dor."

Ricardo Teixeira avalia que deixa presidência da CBF "com a sensação do dever cumprido". Na carta, o dirigente cita diversas conquistas dos 23 anos em que esteve à frente da entidade. "Nas minhas gestões, criamos os campeonatos de pontos corridos e a Copa do Brasil, aumentamos substancialmente as rendas do futebol brasileiro, desenvolvemos o marketing e, principalmente, vencemos", escreveu ele, lembrando "a conquista de mais de 100 títulos, entre os quais duas Copas do Mundo, cinco Copas América e três Copas das Confederações".


Ele também exaltou a escolha do Brasil para ser sede da Copa do Mundo de 2014. "O Brasil conquistou o privilégio de sediar o maior e mais assistido evento do mundo, se inseriu na pauta mundial, alavancou mais a economia e aumentou o orgulho de todo o povo brasileiro", listou o agora ex-presidente.

Escrevendo diretamente a José Maria Marín, seu sucessor e destinatário da carta, Teixeira avisou que dificuldades virão. "A você, desejo sorte, para que o talento se revele na hora certa; discernimento, para que o futebol brasileiro siga cada vez mais organizado e respeitado; e força, para enfrentar as dificuldades que certamente virão".

Teixeira, que estava de licença médica desde sexta-feira, encerra a carta explicando que precisa cuidar da saúde e se colocando à disposição da CBF. "A mesma paixão que empolga, consome. A injustiça generalizada, machuca. O espírito é forte, mas o corpo paga a conta. Me exige agora cuidar da saúde. Deixo a CBF, mas não deixo a paixão pelo futebol. Até por isso, a partir de hoje e sempre que necessário, coloco-me à disposição da entidade."

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCBFDados de BrasilEsportesFutebol

Mais de Brasil

Governo Lula se preocupa com o tom usado por Trump, mas adota cautela e aguarda ações práticas

Lula mantém Nísia na Saúde, mas cobra marca própria no ministério

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático