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Em carta, Lula faz apelo por união com Haddad contra "ameaça fascista"

Segundo Lula, as divergências políticas devem ser decididas por meio de debate, dos argumentos e do voto

Lula: ex-presidente pretendia ser o candidato do PT nessas eleições e aparecia em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenção de voto (Lula/Facebook/Divulgação)

Lula: ex-presidente pretendia ser o candidato do PT nessas eleições e aparecia em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenção de voto (Lula/Facebook/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 24 de outubro de 2018 às 13h45.

Última atualização em 24 de outubro de 2018 às 13h52.

Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo, em carta divulgada nesta quarta-feira, por união em torno do nome do candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, contra a "ameaça fascista" representada, segundo ele, pela candidatura de Jair Bolsonaro (PSL).

Lula abre mais uma das cartas escritas de Curitiba, onde está preso há seis meses, afirmando que o país chega ao final das eleições sob o risco de um enorme retrocesso, e diz que é o momento de "unir o povo, os democratas, todos e todas" em torno da candidatura de Haddad e defender a democracia.

"Neste momento em que uma ameaça fascista paira sobre o Brasil, quero chamar todos e todas que defendem a democracia a se juntar ao nosso povo mais sofrido, aos trabalhadores da cidade e do campo, à sociedade civil organizada, para defender o Estado Democrático de Direito", escreveu o ex-presidente.

"Neste momento, acima de tudo está o futuro do país, da democracia e do nosso povo. É hora de votar em Fernando Haddad, que representa a sobrevivência do pacto democrático, sem medo e sem vacilações".

Segundo Lula, as divergências políticas devem ser decididas por meio de debate, dos argumentos e do voto, mas o país não tem o direito de abandonar o pacto social da Constituição de 1988, que marcou a volta da democracia.

"Não podemos deixar que o desespero leve o Brasil na direção de uma aventura fascista, como já vimos acontecer em outros países ao longo da história", afirmou.

Lula está preso desde 7 de abril em Curitiba, depois de ter sido condenado em segunda instância por lavagem de dinheiro e corrupção passiva no âmbito da operação Lava Jato. O ex-presidente nega ter cometido qualquer crime.

Na carta, Lula se defende mais uma vez das acusações, defende seu legado e diz saber que seu governo contrariou interesses e por isso tentam "reescrever a história" e destruir a imagem do PT, mas que a população ainda confia no projeto do partido.

Lula pretendia ser o candidato do PT nessas eleições e aparecia em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenção de voto, mas teve seu registro negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ter sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa, e foi então substituído por Haddad.

De acordo com pesquisa Ibope divulgada na terça-feira, Haddad tem 43 por cento dos votos válidos para o segundo turno de domingo, enquanto Bolsonaro lidera as intenções de voto com 57 por cento.

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