Gilberto Kassab: "minha permanência à frente do Ministério das Cidades é insustentável, conflita com a decisão do meu partido e me leva a abrir mão do cargo". (José Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2016 às 11h06.
Brasília - Em carta de demissão encaminhada à presidente Dilma Rousseff, o agora ex-ministro das Cidades Gilberto Kassab afirma que sua permanência na pasta ficou "insustentável" após decisão da maioria do partido em apoiar o impeachment.
A definição da bancada da Câmara do PSD pelo apoio ao afastamento de Dilma ocorreu na última quarta-feira (13).
Já o pedido de demissão de Kassab ocorreu na sexta-feira, 15, apenas dois dias antes da votação do processo de afastamento da petista, prevista para começar a partir das 14 deste domingo, 17.
O dirigente ocupava o cargo desde janeiro do ano passado, quando teve início o segundo mandato de Dilma.
"Assim, minha participação como ministro é, além do convite feito por V.Exa., resultado de decisão coletiva, fruto da manifestação de todos os Diretórios Estaduais, do Diretório Nacional e das bancadas da Câmara Federal e do Senado. Ocorre que, como relatei pessoalmente a V.Exa. em recente conversa no Palácio do Planalto, o PSD decidiu, por maioria absoluta da nossa bancada federal, recomendar o voto pelo acolhimento do processo de impedimento que tramita junto à Câmara dos Deputados", diz trecho da carta, publicada no perfil de Kassab no Facebook.
"Diante disso, minha permanência à frente do Ministério das Cidades é insustentável, conflita com a decisão do meu partido e me leva a abrir mão do cargo, independentemente do resultado da votação do próximo domingo", acrescenta.
No documento, Kassab, que estava como presidente licenciado do PSD, afirma da necessidade da realização de um "pacto social" para o que o Pais supere a atual crise política e econômica.
No final da carta, o dirigente diz ter convicção da "integridade pessoal" de Dilma e da "serenidade diante de tantas adversidades".