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Em Campos, obras ineficazes tornam inundações rotina

Inundação segue nesta 6ª. Pista que se rompeu já passou por série de obras - no valor de R$ 100 mi - para evitar o problema, que se repete pela 3ª vez

Foto aérea mostra a BR-356, que serve como dique de contenção de um rio, que se rompeu após dias de forte chuva, em Campos, no estado do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (Prefeitura de Campos/Divulgação/Reuters)

Foto aérea mostra a BR-356, que serve como dique de contenção de um rio, que se rompeu após dias de forte chuva, em Campos, no estado do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (Prefeitura de Campos/Divulgação/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2012 às 11h30.

O bairro de Três Vendas, em Campos dos Goytacazes, no Noroeste do Rio de Janeiro, continua a ser inundado nesta sexta-feira. O local começou a ser esvaziado na manhã de quinta-feira, quando a elevação do rio superou a altura do dique e destruiu parte da pista da rodovia BR-356 (que liga Belo Horizonte, em Minas, a São João da Barra, no estado do Rio). Abriu-se, então, uma cratera de cerca de 20 metros. Para os moradores da região, esse cenário já se tornou rotina. Já é a terceira vez que a pista da BR-356 se rompe, provocando a inundação do bairro.

Nos verões de 2007 e 2008, uma inundação parecida aconteceu na cidade. Após 90 dias, quando o nível do Rio Muriaé baixou e a Defesa Civil pôde bombear a água para fora do bairro, técnicos começaram a avaliar as condições das residências.

Segundo edição desta sexta-feira do jornal O Globo, a rodovia já recebeu uma série de obras executadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Ministério dos Transportes, desde 2007, ano em que a pista se rompeu pela primeira vez. As alterações, porém, não foram capazes de impedir que a história se repetisse. Naquele ano, uma mulher morreu ao ter o carro engolido pela cratera que se formou na rodovia. Já no ano seguinte, o Dnit chegou a abrir uma parte da estrada para escoar a água do Rio Muriaé.

“É bem parecido com o desastre passado. Vai levar ainda uns três a quatro meses para o Rio Muriaé finalmente baixar e as pessoas poderem voltar para as suas casas. Depois, começa o trabalho de reconstrução”, afirmou ao jornal o secretário de Defesa Civil de Campos, Henrique Oliveira. De acordo com informações do Dnit, mais de 100 milhões de reais já foram investidos em obras nesse trecho da rodovia. Neste ano, a reconstrução do trecho deve custar ao menos 1,5 milhão de reais.

Campos registra 4.800 desabrigados. Só em três meses os moradores saberão se terão chance de voltar às casas. As cidades mais afetadas pelas enchentes, além de Campos, são Laje do Muriaé, Itaperuna, Italva e Cardoso Moreira. O governo estima que esses quatro municípios precisem de 200 milhões de reais para a reconstrução. Só em Laje do Muriaé, cuja população total é de 8.000 habitantes, 2.500 pessoas estão desalojadas e outras 100, desabrigadas.

No balanço divulgado no fim da tarde de quarta-feira, a Defesa Civil estadual informava que, em todo o estado do Rio, há 22.800 desalojados e 1.783 desabrigados.

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