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Em ato pela Petrobras, Lula diz para Dilma levantar a cabeça

O ex-presidente aconselhou Dilma a “levantar a cabeça”, diante da crise política gerada pelo caso Petrobras, em ato no Rio de Janeiro


	Presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Presidente Dilma Rousseff (PT) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2015 às 23h40.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aconselhou a presidente Dilma a “levantar a cabeça”, diante da crise política gerada pelo caso Petrobras.

Lula participou, na noite de hoje (24), de ato em defesa da estatal, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro do Rio, ao lado de lideranças políticas, sindicais, artísticas e acadêmicas.

“A Dilma tem que deixar o negócio da Petrobras com a Petrobras. O negócio da corrupção, com o ministro da Justiça e com a Polícia Federal. A Dilma tem que levantar a cabeça e dizer 'eu ganhei as eleições'. A Dilma não pode e não deve ficar dando trela. Nós ganhamos as eleições e parece que estamos com vergonha de ter ganho”, disse.

O ex-presidente discursou por 30 minutos, sendo interrompido diversas vezes por aplausos da plateia, que lotou o auditório da ABI, que tem capacidade para 500 pessoas. Lula atribuiu os ataques à Petrobras devido à mudança no sistema de exploração, que antes era por concessão, dando maior poder às empresas privadas, e passou para o sistema de partilha, o que garante uma parcela mínima de 30% para a estatal brasileira além da operação do campo petrolífero.

“Eu sei o que significou aprovar a Lei da Partilha. Quando nós descobrimos o pré-sal, logo os americanos inventaram uma história chamada a Quarta Frota e passaram a ter navios patrulhando o Oceano Atlântico. Nós sabemos o que significou a Lei da Partilha. Sabemos o que significou os 30% para a Petrobras. Sabemos o que significou a construção desta empresa.”

Lula disse ainda que os funcionários da estatal tinham de ter orgulho de trabalhar na empresa e defendeu a punição daqueles empregados que tenham cometido erros. “Qual é a vergonha que a gente pode ter, se em uma família de 80 mil trabalhadores alguém fez um erro? O que a gente faz na família da gente? A gente faz o castigo necessário. O que a gente não pode e jogar a Petrobras fora, por erro de pessoas.”

Também presente no evento, o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, João Pedro Stédile, foi enfático em defender a estatal do petróleo e ressaltou que milhares de trabalhadores do campo estão dispostos a se levantar pela causa.

“Nós marcharemos com vocês para o que der e vier. Precisamos defender a Petrobras não só porque ela é uma empresa pública, mas porque é a zeladora constitucional da maior riqueza natural que o povo brasileiro ainda tem, que é o petróleo e o gás, para pensar em um projeto de desenvolvimento nacional.”

Antes do evento, sindicalistas ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Federação Única dos Petroleiros (FUP) entraram em confronto com ativistas que protestavam contra a corrupção na estatal. A confusão, que provocou o fechamento da Rua Araújo Porto Alegre, em frente à ABI, só foi contornada com a chegada de um reforço de policiais militares.

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