Michel Temer: a instituto tucano alerta que, se não houver impeachment, a convivência entre Dilma e seu vice ficará "tóxica" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2015 às 14h50.
São Paulo - O instituto Teotônio Vilela, braço de articulação política do PSDB, divulgou uma análise intitulada "Carta-testamento", sobre a carta de Michel Temer (PMDB-SP) à presidente Dilma Rousseff.
O artigo afirma que a carta - vista como sinal de rompimento do vice de Dilma - "escancara" a falta de coesão na base montada pelo governo da petista.
E reforça que seu governo "em colapso" "não tem razão alguma de continuar existindo".
"Não há outra interpretação possível sobre os termos de uma carta tão dura, numa hora tão delicada, assinada por alguém tão habitualmente sereno e discreto", afirma a análise, que chama ainda o governo de "moribundo" e diz que a saída do PMDB da base aliada já começou.
"O documento serve como testamento a um governo moribundo. O desembarque já começou."
O instituto tucano alerta que, se não houver impeachment, a convivência entre Dilma e seu vice ficará "tóxica".
"Como governar assim? A carta torna evidente que o vice não se sente respeitado nem representado no governo."
A análise afirma ainda que o ex-ministro Eliseu Padilha, ligado a Temer, "já zarpou" e infere que outros ministros peemedebistas sairão em breve, pois "o clima é de desconfiança".
A argumentação da análise é que nem mesmo a base do governo vê hoje motivos para apoiar o governo Dilma e que, portanto, não faria sentido esperar da oposição que colaborasse com a gestão da petista.
"Com a carta de Temer, fica claro que nem parte importante do próprio governo hipoteca apoio a Dilma Rousseff."
"Quando Michel Temer expõe as suscetibilidades de suas relações com Dilma e, com isso, as entranhas do poder, resta claríssimo que este não é um projeto de país que tenha motivos para prosperar. Este não é um governo pelo qual o Brasil tenha que se sacrificar. Esta não é uma presidente que mereça continuar no cargo mais importante da República", conclui o artigo.