Usuários de crack em São Paulo: segundo Senad, do total investido no programa, 80% foram gastos com prevenção e oferta de serviços de tratamento (Marcelo Camargo/ABr)
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2015 às 19h28.
O governo brasileiro investiu, entre 2011 e 2014, R$ 3,6 bilhões em ações do Programa de Políticas sobre Drogas – Crack, É Possível Vencer. De acordo com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), vinculada ao Ministério da Justiça, com esses recursos foram desenvolvidas medidas de prevenção, atendimento a usuários e combate às drogas.
Segundo a Senad, do montante investido no programa, 80% foram gastos com prevenção e oferta de serviços de tratamento.
Sobre as críticas feitas ontem (22) pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à política antidrogas do Brasil, a secretaria informou que R$ 42,2 milhões foram aplicados no desenvolvimento de pesquisas para descoberta de novas alternativas para lidar com usuários e diminuição das consequências negativas do uso.
“O governo brasileiro nunca investiu tanto na política sobre drogas como fez nos últimos quatro anos. A legislação atual, editada em 2006, não prevê pena de prisão para usuário de drogas. Em caso de uso e dependência, as abordagens devem ser social e de saúde. Foi com essa premissa que o governo federal estruturou o Programa de Políticas sobre Drogas – Crack, É Possível Vencer”, acrescentou a Senad.
Durante seminário promovido pela organização Open Society Foundations, realizado no Rio de Janeiro para discutir a política global de drogas, tendo como principal tema as implicações na América Latina, FHC disse que há "uma nítida discriminação" de gênero, cor da pele e classe social na criminalização de usuários de drogas no Brasil.
O ex-presidente defendeu a descriminalização do uso de drogas no país e afirmou que, "aparentemente, o governo atual não tem sensibilidade com a questão das drogas".
Por meio de nota, a Senad esclareceu que o orçamento do órgão teve “incremento recorde” nos últimos anos. “Desde sua criação, em 1998, até 2010, foram gastos, em média, R$ 9 milhões por ano. Em 2014, os gastos chegaram a R$ 192 milhões. Em 2015, o Orçamento sancionado prevê R$ 330 milhões”.