Em 1970, cada mulher brasileira tinha, em média, 5,8 filhos. Hoje, esse número é de 1,77. Em 2034, vai estacionar em 1,5 (AFP/Illustration / Miguel Alvarez)
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2013 às 18h28.
São Paulo - Há 20 anos, cada mulher brasileira tinha, em média, 2,9 filhos ao longo de sua vida. Em 2034, esse número será de apenas 1,5 filho, e vai ficar estacionado por quase três décadas. A projeção é do estudo Projeção da População do Brasil por sexo e idade para o período 2000/2060, divulgado nesta quinta-feira pelo IBGE (veja tabela abaixo).
O nível que será atingido em menos de duas décadas é próximo ao encontrado hoje na maioria dos países ricos europeus.
A consequência mais visível dessa queda será a diminuição do ritmo de crescimento da população do Brasil.
Segundo o IBGE, desde a década de 1970 a taxa de fecundidade brasileira – o nome oficial para a média de filhos que cada mulher tem ao longo da vida – não para de cair.
Em 1970, cada mulher tinha, em média, 5,8 filhos. Em 2013, esse número caiu para 1,77.
E vai continuar nesse processo. O estudo projeta que em 2020, a taxa cairá para 1,61, chegando a 1,5 criança por mulher em 2034, quando se estabilizará por quase 30 anos, ao menos.
Em alguns estados, no entanto, a taxa de fecundidade vai cair ainda mais (veja na tabela ao final), principalmente no Sul e Sudeste, que devem registrar apenas 1,45 filho por mulher, em média.
O declínio segue uma tendência mundial. Em países mais desenvolvidos, como a Alemanha, a taxa já é de cerca de 1,4.
A taxa de reposição populacional, isto é, o número que filhos que uma mulher deve ter para que a população total de um país não diminua nem aumente, é de 2,1: duas crianças substituem os pais e a fração 0,1 é necessária para compensar os indivíduos que morrem antes de atingir a idade reprodutiva.
Filhos por mulher no Brasil (estimado, 2010-2060)
Anos | Taxa de Fecundidade | Anos | Taxa de Fecundidade |
---|---|---|---|
2010 | 1,87 | 2036 | 1,5 |
2011 | 1,83 | 2037 | 1,5 |
2012 | 1,8 | 2038 | 1,5 |
2013 | 1,77 | 2039 | 1,5 |
2014 | 1,74 | 2040 | 1,5 |
2015 | 1,72 | 2041 | 1,5 |
2016 | 1,69 | 2042 | 1,5 |
2017 | 1,67 | 2043 | 1,5 |
2018 | 1,65 | 2044 | 1,5 |
2019 | 1,63 | 2045 | 1,5 |
2020 | 1,61 | 2046 | 1,5 |
2021 | 1,6 | 2047 | 1,5 |
2022 | 1,58 | 2048 | 1,5 |
2023 | 1,57 | 2049 | 1,5 |
2024 | 1,56 | 2050 | 1,5 |
2025 | 1,55 | 2051 | 1,5 |
2026 | 1,54 | 2052 | 1,5 |
2027 | 1,53 | 2053 | 1,5 |
2028 | 1,52 | 2054 | 1,5 |
2029 | 1,51 | 2055 | 1,5 |
2030 | 1,51 | 2056 | 1,5 |
2031 | 1,51 | 2057 | 1,5 |
2032 | 151 | 2058 | 1,5 |
2033 | 1,51 | 2059 | 1,5 |
2034 | 1,5 | 2060 | 1,5 |
2035 | 1,5 |
Filhos por mulher por estado (estimado, 2010-2030)
Estados | 2010 | 2020 | 2030 |
---|---|---|---|
Rondônia | 1,96 | 1,65 | 1,55 |
Acre | 2,81 | 2,15 | 1,75 |
Amazonas | 2,59 | 1,99 | 1,65 |
Roraima | 2,58 | 1,93 | 1,65 |
Pará | 2,38 | 1,89 | 1,65 |
Amapá | 2,69 | 1,98 | 1,70 |
Tocantins | 2,18 | 1,77 | 1,60 |
Maranhão | 2,47 | 1,93 | 1,65 |
Piauí | 1,97 | 1,65 | 1,55 |
Ceará | 1,96 | 1,64 | 1,55 |
Rio Grande do Norte | 1,91 | 1,64 | 1,55 |
Paraíba | 1,97 | 1,67 | 1,55 |
Pernambuco | 1,94 | 1,66 | 1,55 |
Alagoas | 2,22 | 1,77 | 1,60 |
Sergipe | 1,97 | 1,64 | 1,55 |
Bahia | 1,89 | 1,64 | 1,55 |
Minas Gerais | 1,72 | 1,52 | 1,45 |
Espírito Santo | 1,75 | 1,54 | 1,45 |
Rio de Janeiro | 1,68 | 1,52 | 1,45 |
São Paulo | 1,70 | 1,52 | 1,45 |
Paraná | 1,76 | 1,54 | 1,45 |
Santa Catarina | 1,65 | 1,50 | 1,45 |
Rio Grande do Sul | 1,67 | 1,50 | 1,45 |
Mato Grosso do Sul | 2,02 | 1,73 | 1,55 |
Mato Grosso | 2,01 | 1,72 | 1,55 |
Goiás | 1,74 | 1,53 | 1,45 |
Distrito Federal | 1,65 | 1,50 | 1,45 |
BRASIL | 1,87 | 1,61 | 1,51 |