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Elmar mantém candidatura à presidência da Câmara e diz que conversará com Hugo Motta

A expectativa é que nessa reunião entre os dois possa ser definada a desistência de Nascimento e o eventual apoio do União Brasil à candidatura de Motta

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 31 de outubro de 2024 às 14h05.

Última atualização em 31 de outubro de 2024 às 14h56.

O líder do União Brasil, deputado Elmar Nascimento (BA), anunciou nesta quinta-feira, 31, que mantém a candidatura à presidência da Câmara, após rumores de que tinha desistido de disputar a cadeira. O parlamentar, entretanto, também afirmou que foi procurado pelo também candidato Hugo Motta (Republicanos-PB) e que terá uma conversa com ele.

A expectativa é que nessa reunião entre os dois possa ser definada a desistência de Nascimento e o eventual apoio do União Brasil à candidatura de Motta.

"Recebi, hoje pela manhã, uma ligação do candidato Hugo Motta pedindo um diálogo. E a nossa bancada deliberou por bem que o diálogo é sempre salutar. Vamos ouvi-lo e também vou me encontrar com o candidato Antonio Brito, com quem tenho um pacto recíproco para o segundo turno. Fruto dessas conversas poderá ter algum tipo de avanço. Não acredito que nesta semana haja qualquer tipo de conclusão", disse.

Conversas ocorrem após Lira apoiar Motta

As movimentações em torno da sucessão da Câmara se intensificaram após o atual presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL), declarar publicamente apoio a deputado Hugo Motta, como mostrou a EXAME.

"Depois de muito conversar e, sobretudo, de ouvir, estou convicto de que o candidato com maiores condições políticas de construir convergências no parlamento é o deputado Hugo Motta, nome que demonstrou capacidade de aliar polos aparentemente antagônicos com diálogo, leveza e altivez", disse Lira, na ocasião. 

Com a confirmação do apoio, Lira afirmou que espera concretizar as negociações políticas que ocorreram intensamente ao longo dos últimos dois meses com os partidos para apoiar Motta na sucessão da Câmara.

"Com esse meu gesto, espero dar início à concretização de conversas que foram feitas e acordos que foram firmados com diversas legendas partidárias, em torno desse mesmo projeto de convergência. Declarar apoio a Hugo Motta nesse momento é minha contribuição pessoal à convergência, para que sigamos com uma Câmara dos Deputados atuante, propositiva, firme em defesa das prerrogativas do Parlamento, da democracia e do Brasil", disse.

Lula ainda mantém neutralidade

Como mostrou a EXAME, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido cortejado pelos três candidatos à presidência da Câmara. Entretanto, não pretende – por enquanto – declarar apoio formal a nenhum deles, afirmaram à EXAME técnicos do governo que acompanham o assunto.

Lula não quer criar atritos neste momento ao optar por um dos postulantes, mas a ele interessa atuar nos bastidores para ver na cadeira, a partir de fevereiro de 2025, um “aliado de primeira hora”, disseram auxiliares do presidente.

Publicamente, o chefe do Executivo tem dito que não se envolverá no processo eleitoral, mas nos corredores do Palácio Planalto já está claro que Lula trabalhará para ser vitorioso nesse processo.

A avaliação entre os auxiliares do petista é de que o governo não conseguiu construir uma base sólida na Câmara dos Deputados e depende do Centrão para aprovar os projetos governistas.

Com isso, será necessário atuar para ter no comando da Câmara uma pessoa com perfil mais conciliador e que esteja disposto a ajudar o governo nas pautas prioritárias.

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