Agência de notícias
Publicado em 3 de fevereiro de 2025 às 11h17.
Última atualização em 3 de fevereiro de 2025 às 11h50.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na manhã desta segunda-feira, 3, com os novos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e afirmou que eles "não terão problema na relação" com o Planalto. No encontro, o petista disse que um projeto do Planalto "jamais" será enviado para a o Legislativo sem antes uma conversa com os líderes de partidos. A deferência foi respondida por Alcolumbre, que prometeu ajudar para a aprovação de pautas de interesse da gestão petista.
"Quero dizer para eles que eles não terão problema na relação política com o Poder Executivo. Eu jamais mandarei para o Senado e para a Câmara um projeto que seja de interesse pessoal do presidente Lula ou de um partido político. Jamais mandarei projeto para Câmara ou Senado sem antes ouvir as lideranças dos partidos políticos. Jamais mandaremos um projeto sem que haja anuência", afirmou Lula.
Ao lado dos dois, Lula ainda disse ter certeza que a convivência com os novos presidentes "será exemplo" para a convivência democrática: "Exemplo para o futuro e para aqueles que fazem parte do presente e não querem entender a necessidade da convivência democrática".
Motta, eleito para a Câmara com o apoio de Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o Congresso "está à disposição para construir uma pauta positiva para o país": "Buscaremos uma agenda produtiva, que esta harmonia possa perseverar. Quem ganha com isso são 200 milhões de brasileiros. Me coloco à disposição do senhor para construirmos o consenso", completou.
Já Alcolumbre, eleito para o Senado e novo chefe do Congresso, afirmou que "não tem tempo de criar crises onde não existe":"Esse é o espírito colaborativo que quero registrar. Este (encontro) é um gesto para o Brasil, de maturidade institucional. Nosso país ainda tem muita desigualdade. Não temos tempo de criar crises onde não existe. Precisamos apoiar a agenda do governo e aprimorar os projetos, com debates. Tenho certeza que caminharemos juntos para melhorar a vida dos brasileiros", afirmou o senador.
Segundo o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o encontro é de “acolhimento”, sem pauta específica. Espera-se, contudo, que Lula aborde a agenda prioritária do governo para o ano, que inclui a aprovação do Orçamento de 2025, da reforma do Imposto de Renda, com aumento da faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil, e da regulamentação da reforma tributária.
O convite para a reunião foi feito por Lula a Alcolumbre tão logo o plenário do Senado confirmou a eleição do amapaense, na tarde de sábado. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), passou o celular ao conterrâneo para que o presidente pudesse parabenizá-lo e os dois acertaram o encontro.
Com Motta, a conversa por telefone ocorreu no domingo. Ficou combinado que seria uma reunião ampliada com o novo comando do Legislativo.
Lula deu aval para que o PT e a base aliada fechassem acordos para a eleição de Alcolumbre e Motta. Os dois parlamentares, no entanto, não são governistas e fizeram acertos com o PL, de Jair Bolsonaro, durante a campanha ao comando das Casas. Além do compromisso de que algumas matérias da oposição sejam pautadas, o acordo possibilitou que o PL ficasse com a vice-presidência de Câmara e Senado e com o comando de comissões importantes.
Por isso, interessa a Lula abrir diálogo com os novos presidentes o quanto antes. Nessa tentativa de aproximação, o presidente da República afirmou, por meio de nota, que caminhará junto com Alcolumbre em "defesa da democracia e na construção de um Brasil mais desenvolvido e menos desigual".